Os protestos começaram no sábado, 14 de janeiro, com a paralisação por 4 horas, das 8 da manhã até o meio-dia, das atividades de todas as delegacias, à exceção da Delegacia de Homicídios, da Divisão Anti Sequestros e do serviço de remoção de cadáveres. A partir do meio-dia, teve início a Operação Basta que, segundo um dos líderes da categoria, o delegado Rafael Barcia, presidente do Sindelpol (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Rio de Janeiro), só terminará quando o governo estadual normalizar o pagamento dos salários e do décimo terceiro.
Em entrevista exclusiva à Rádio Sputnik Brasil, o Dr. Rafael Barcia explicou em que consiste a Operação:
"A Operação Basta estipula que só serão registrados crimes graves e que exijam apuração urgente. Somente os flagrantes, os Termos Circunstanciados, os crimes relacionados à Lei Maria da Penha (violência doméstica contra a mulher), enfim, os crimes que envolvam violência ou a realização de diligências urgentes. Todos os demais crimes não estão sendo registrados. Eu sugiro aos cidadãos que se cadastrem na internet, no site da Polícia Civil, programem seu atendimento que só ocorrerá após o fim da Operação Basta. Este movimento foi cuidadosamente planejado para causar o mínimo de danos à população mas que, ao mesmo tempo, apresentasse suficiente contundência para externar em que circunstâncias os policiais do Estado do Rio estão trabalhando: extenuados, cansados, sem salários, sem saber quando receberão seus vencimentos, aflitos e desesperados com seus problemas pessoais devido à falta de pagamento de salários e, ainda assim, comparecendo às suas unidades de atendimento para, na medida do possível, assistir à população."
Ainda de acordo com o Dr. Rafael Barcia, até o pagamento dos salários e do décimo terceiro de 2016, todos os dias os policiais civis paralisarão suas atividades por uma hora, a partir das 13 horas:
"O número 13 foi escolhido para acentuar junto à população que o nosso 13.º salário de 2016 ainda não foi pago, um pagamento que tem natureza alimentar."
Segundo o Dr. Rafael Barcia, a população do Estado do Rio está apoiando o movimento dos policiais civis:
"A população conhece o nosso drama, sabe as circunstâncias pelas quais estamos passando e, por isso, tem nos dado o seu apoio."