Premiê britânica: acordo sobre Brexit não inclui participação no Mercado Comum Europeu

© REUTERS / Jonathan ErnstPrimeira-ministra do Reino Unido, Theresa May
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A primeira-ministra do Reino Unido Theresa May informou na terça-feira (17) que o país pretende abandonar o Mercado Comum Europeu e a união aduaneira da UE, mas que conta com novos acordos mutuamente vantajosos com os países da União Europeia.

"Não pretendemos manter a participação do mercado único. Em vez disso estamos buscando um acesso máximo a ele através de um novo acordo abrangente, seguro e ambicioso sobre livre comércio", sublinhou a premiê britânica.

A saída do Reino Unido da União Europeia não significa que o país desista dos valores que Londres compartilha com os outros países europeus, declarou May ao discursar sobre os detalhes do Brexit no palácio Lancaster House, em Londres.

"Saímos da UE, mas não abandonamos a Europa", disse May, sublinhando que o Reino Unido não abdica dos valores compartilhados com a Europa.

Primeira-ministra da Grã-Bretanha Theresa May - Sputnik Brasil
Mídia: Premiê britânica promete 'Brexit duro'
Segundo ela, Londres continuará cumprindo os compromissos perante seus parceiros europeus após deixar de pertencer à UE.

A premiê do Reino Unido ressaltou que o país vai abandonar a união aduaneira da UE.

"Não quero depender dos elementos da união aduaneira, que vão impedir a realização do nosso trabalho para alcançar os nossos próprios acordos comerciais", destacou.

De acordo com a premiê britânica, o acordo final com a União Europeia sobre as condições da saída do Reino Unido da UE deverá receber o aval de ambas as câmaras do parlamento do país.

May espera que, até o término das negociações sobre Brexit, esteja pronto um plano de cooperação entre as partes que será realizado em várias etapas.

Ao mesmo tempo, a primeira-ministra britânica deixou claro que o Reino Unido continuará participando das medidas de segurança na Europa mesmo após o Brexit.

"À medida que ameaças à nossa segurança comum se estão tornando cada vez mais sérias, nós não podemos reduzir a cooperação, temos que trabalhar mais em conjunto. Por isso gostaria que as nossas futuras relações com a UE previssem acordos práticos em questões de segurança pública e de troca de informações de inteligência com os nossos parceiros europeus", destacou Theresa May.

Segundo ela, o Reino Unido é líder na Europa em termos de adoção de medidas de segurança do nosso continente, "seja a implementação das sanções antirrussas devido às suas ações na Crimeia, o trabalho que visa garantir a paz e estabilidade nos Balcãs ou a proteção das fronteiras externas da Europa".

May acha prioritário manter as sanções impostas contra a Rússia.

David Davis, secretário britânico de Estado da Saída da União Europeia - Sputnik Brasil
Reino Unido quer acesso máximo ao mercado europeu após Brexit
O governo pretende lançar o processo da saída do Reino Unido da UE no final de março de 2017. As negociações continuarão durante cerca de dois anos.

May assinalou que a Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales terão oportunidade de participar da discussão das condições de saída do Reino Unido da UE no âmbito de uma comissão ministerial especial.

"Regiões autônomas terão oportunidade de participar. Para isso foi instituída uma comissão ministerial especial da qual participam os líderes das regiões. Já recebemos propostas da Escócia e estamos aguardando propostas de duas outras regiões", comunicou May.

Além disso, May acrescentou que pretende manter o espaço migratório conjunto com a Irlanda:

"Não podemos, ao sair da UE, nos esquecer do fato que o Reino Unido possui uma fronteira terrestre com a UE, a manutenção do espaço migratório conjunto com a República da Irlanda será uma prioridade importante para o Reino Unido nas próximas negociações com a UE", informou a primeira-ministra.

As negociações da Grã-Bretanha com a UE começarão muito em breve, até final de março. Elas deverão durar entre um ano e meio e dois anos. Em junho de 2016, o Reino Unido realizou um referendo sobre a permanência na UE em que 51,9% dos britânicos votaram a favor do Brexit.

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