Rumo a novas alianças globais: China-UE e EUA-Rússia

© AFP 2023 / FABRICE COFFRINIFórum Econômico Mundial
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A Sputnik conversou com o economista Oscar Ugarteche sobre a realização do 47º Fórum Econômico Mundial na cidade suíça de Davos, que, segundo o previsto, terá o líder chinês, Xi Jinping, como grande protagonista.

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"China está surgindo como um novo porta-voz do comércio livre da economia global, enquanto os EUA viram porta-voz da economia fechada", disse à Sputnik Mundo o investigador titular do Instituto de Investigação da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e coordenador do Observatório Econômico Latino-americano, Oscar Ugarteche.

Uma prova desta tendência, segundo o acadêmico, é o fato do presidente eleito dos EUA ter prometido impor tarifas de 35% nos itens da indústria automobilística mexicana.

Para Ugarteche, é "um sinal claro" do isolamento da economia norte-americana, enquanto a China, por sua vez, diz que fará todo o possível para fortalecer seu comércio aberto.

No contexto do início do Fórum em Davos (em 17 de janeiro), onde são debatidos os assuntos mais importantes da economia mundial, o analista se referiu às expetativas da América Latina.

"É possível que, após o Fórum, possamos esperar por uma aliança entre China e União Europeia contra outra aliança, Rússia-EUA. Neste contexto, a América Latina deve pensar que enfrentaremos uns EUA ainda mais fechados", analisou o especialista e resumiu que estas são "más notícias" para aqueles governos que apostam na aproximação com o mercado deste país.

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Para Ugarteche, o futuro está na aliança entre Ásia e Europa, uma coalizão que vai alterar "os eixos" da política internacional. A partir desse momento, os centros não vão ficar em Washington como sempre, mas em Pequim e em Bruxelas, opina o analista.

Em termos econômicos, isto significa uma redução das importações latino-americanas para os EUA e a queda dos investimentos estrangeiros diretos, geralmente ligados a algum tipo de comércio, explicou.

Tal estratégia visa "fazer crescer a taxa de investimento" dos Estados Unidos, diz Ugarteche.

"No primeiro momento, terá um impacto positivo, mas logo será evidente que há um problema de produtividade. Os preços vão subir e o crescimento vai estagnar, de novo", assinalou o acadêmico, acrescentando que os países latino-americanos, que apostam em Washington como solução, estão fazendo uma "aposta errada".

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