Uma prova desta tendência, segundo o acadêmico, é o fato do presidente eleito dos EUA ter prometido impor tarifas de 35% nos itens da indústria automobilística mexicana.
Para Ugarteche, é "um sinal claro" do isolamento da economia norte-americana, enquanto a China, por sua vez, diz que fará todo o possível para fortalecer seu comércio aberto.
No contexto do início do Fórum em Davos (em 17 de janeiro), onde são debatidos os assuntos mais importantes da economia mundial, o analista se referiu às expetativas da América Latina.
"É possível que, após o Fórum, possamos esperar por uma aliança entre China e União Europeia contra outra aliança, Rússia-EUA. Neste contexto, a América Latina deve pensar que enfrentaremos uns EUA ainda mais fechados", analisou o especialista e resumiu que estas são "más notícias" para aqueles governos que apostam na aproximação com o mercado deste país.
Em termos econômicos, isto significa uma redução das importações latino-americanas para os EUA e a queda dos investimentos estrangeiros diretos, geralmente ligados a algum tipo de comércio, explicou.
Tal estratégia visa "fazer crescer a taxa de investimento" dos Estados Unidos, diz Ugarteche.
"No primeiro momento, terá um impacto positivo, mas logo será evidente que há um problema de produtividade. Os preços vão subir e o crescimento vai estagnar, de novo", assinalou o acadêmico, acrescentando que os países latino-americanos, que apostam em Washington como solução, estão fazendo uma "aposta errada".