Vale lembrar que no outono do ano passado a China ultrapassou os EUA pelo volume de investimentos efetuados no estrangeiro. Segundo Xi Jinping, a China está disposta a compartilhar suas capacidades com outros países em termos de desenvolvimento.
Em entrevista à Sputnik China, Aleksei Mukhin, diretor-geral do Centro de Informações Políticas russo, comentou o novo pacote de medidas da China que visa fomentar o desenvolvimento global:
"É evidente a perda de liderança global pelos EUA em resultado da presidência de Obama e de uma série de erros cometidos pelo establishment americano, inclusive no Oriente Médio e nas relações com a China", destaca.
Na opinião de Mukhin, julgando por vários sinais que a China está dando, o país pretende se candidatar à liderança global. No entanto, Mukhin aponta que o presidente eleito dos EUA já tentou dar uma resposta a essa pretensão à liderança por parte da China:
É possível que os EUA, de várias maneiras, tentem impedir a cooperação entre a China e os seus parceiros no estrangeiro nas áreas de investimentos e infraestrutura, acha Mukhin.
Outra questão de extrema importância é a postura da China em relação à crise na Síria. Durante a reunião em Genebra, Xi Jinping anunciou que o país destinará 29,2 milhões de dólares à ajuda para os refugiados sírios. A China deu esse passo perante a ONU pela primeira vez, ressalta o especialista russo em questões militares, Vladimir Evseev. Segundo ele, ao fazer esse anúncio, a China destacou o papel fundamental da ONU na solução do problema sírio.
Os esforços neste sentido estão sendo empreendidos atualmente pela China porque o país quer participar da solução da crise na Síria na qualidade de um dos atores internacionais principais, assinala Evseev.
Na opinião dele, a China procede desta forma para criar condições mais favoráveis para os negócios chineses. O especialista destaca que antes da crise a China controlava a maior parte do complexo petrolífero da Síria.
Yang Mian, especialista chinês do Centro de Estudos de Relações Internacionais, aponta que a postura da China em relação à guerra na Síria continua a mesma – a solução final só é possível por meios pacíficos.
A decisão da China de prestar ajuda humanitária à Síria confirma que a China está bem ciente dos seus compromissos e do seu dever como potência global, opina.
Resumindo, vale a pena destacar que o pacote de iniciativas proposto pelo líder chinês é um sinal claro de que a China está demonstrando suas ambições crescentes no desenvolvimento econômico a nível global.