Durante conversa com a Sputnik Internacional, Sina Azodi, especialista naturalizado norte-americano em política externa iraniana e nas relações americano-iranianas, advertiu que caso o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, decida se sentar à mesa das negociações com a MEK, os interesses de Washington serão brutalmente desprezados.
A organização se apresenta como alternativa à teocracia iraniana e visa mudar o regime na República Islâmica. Um dos componentes do grupo é conhecido como a MEK, que era denominada como uma organização terrorista pelos EUA entre os anos de 1997 e 2012.
"A administração de Trump não deve falar com a MEK, já que isso pode prejudicar os interesses dos EUA a longo prazo", afirmou Sina Azodi à Sputnik Internacional.
De acordo com o especialista, as possíveis conversações de Trump com a MEK poderiam ser usadas como uma medida de pressão pelos políticos iranianos que seguem um rumo duro na política interna ao lidar com o governo moderado do país.
Ele se mostrou moderadamente otimista quanto ao desenvolvimento das relações entre Washington e Teerã no governo Trump e a situação ao redor do acordo nuclear iraniano.
"Eu não acho que algo grave ocorra", disse Azodi, acrescentando que as possibilidades de desenvolvimento de boas relações entre Irã e EUA são maiores com o partido republicano no poder norte-americano.
Ao longo da década de 70, a MEK encabeçou uma campanha contra o xeique iraniano apoiado pelos EUA e efetuou ataques contra alvos norte-americanos. Entretanto, em uma carta recente a Trump, ex-oficiais dos EUA afirmaram que a designação da MEK como grupo terrorista foi feito sob pressão de Teerã.
Entretanto, analistas dizem que quaisquer conversações com a MEK seriam um desvio drástico da política norte-americana, assinalando que qualquer vestígio de apoio dos EUA na mudança do poder iraniano aumentará a tensão os países muito rapidamente.