Foi assim que especialistas russos comentaram o convite de Donald Trump ao primeiro-ministro da Índia Narendra Modi para visitar a Casa Branca, bem como o empenho do premiê japonês, Shinzo Abe, de se tornar o primeiro líder na Ásia a se reunir com Trump em Washington.
Pyotr Topychkanov, especialista da Academia de Ciências da Rússia, expôs à Sputnik China a sua opinião destacando que o líder indiano tem esperanças realistas quanto ao fortalecimento dos laços com os EUA. Segundo ele, Modi precisa que o papel da Índia como parceiro crucial americano aumente no contexto das tensões no assim chamado triângulo China-Índia-EUA.
"Para Modi e para Índia chefiada por ele, a China representa uma crescente ameaça", assinala Topychkanov.
Na opinião dele, "durante a presidência de Trump, os EUA vão oferecer apoio mais evidente à Índia no contexto das suas relações com a China".
Ainda durante a campanha eleitoral de Trump, Flynn destacou que Trump não pretende mudar o formato da cooperação com o Japão na área da defesa.
Por sua vez, Natalia Zamaraeva, especialista do Instituto de Estudos do Oriente, opinou em entrevista à Sputnik China que as visitas acima mencionadas podem ser um sinal de novos exercícios militares marítimos dos EUA com o Japão e Índia.
Segundo ela, o Paquistão "sempre recebe sinais dos EUA dirigidos a Nova Deli, de maneira dolorosa".
No entanto, ressalta Zamaraeva, vários analistas prognosticam a melhora das relações entre os EUA e o Paquistão, que se agravaram ainda mais no ano passado.
Aleksei Fenenko, especialista em relações internacionais da Universidade Estatal de Moscou, ressalta que, a administração de Trump continua aplicando a política de Obama em relação à China.
"Não foi Trump, mas sim Obama que em 2010 inventou a política da 'contenção renovada' da China, ao distinguir três vetores. O primeiro são a Austrália e a Nova Zelândia, o segundo – Vietnã, Singapura e reforço da presença militar nas Filipinas e o terceiro – ampliação da aliança militar com o Japão e participação da Coreia do Sul nesta aliança", explica Fenenko.
O Japão é um aliado importantíssimo dos EUA no Círculo do Pacífico. O rumo da cooperação entre o Japão e os EUA é proveniente de George W. Bush até Obama e se repete na administração de Trump, tudo é consecutivo e inalterável.
Yuanzhe também falou da importância da Índia para os EUA:
"A cooperação entre os EUA e a Índia tem vários vetores e inclui a área militar, política e economia, por isso a administração de Trump não se esquecerá da Índia", frisa.
O especialista chinês conclui que o Japão e a Índia são os vizinhos da China no Ocidente e Oriente que possuem uma importância estratégica no contexto do crescimento equilibrado chinês.