"O projeto da Constituição tenta unir esforços e encontrar pontos comuns nas abordagens que nos têm sido apresentadas quer pelo governo da República Árabe da Síria quer pela oposição nos últimos anos", declarou Lavrov.
Em resultado das negociações sobre a crise síria que estão decorrendo no Cazaquistão durante essa semana, se chegou à conclusão que o conflito de quase seis anos não pode ser resolvido por meios militares ou pelo cessar-fogo reforçado de um mês, apontou Lavrov.
"A conclusão importante que foi tirada em Astana é que o conflito sírio não tem solução militar", disse Lavrov durante o encontro com os membros da oposição síria.
O ministro russo apontou que as negociações reforçaram o cessar-fogo nacional entrado em vigor na Síria desde 29 de dezembro que está sendo controlado pela Rússia, Turquia e Irã.
As negociações sobre a Síria mediadas pela ONU e marcadas para 8 de fevereiro em Genebra foram adiadas para o fim de fevereiro, acrescentou o ministro na sexta-feira (27).
"É agradável saber que o anúncio sobre o encontro em Astana serviu de incentivo a nossos colegas das Nações Unidas para intensificarem um pouco sua atividade e anunciarem a continuação das negociações de paz sobre Síria em Genebra, apesar de que a data foi adiada de 8 de fevereiro para o fim do mês", afirmou Lavrov durante o encontro com os representantes da oposição síria.
O projeto russo de Constituição da Síria não deve ser comparado com o projeto de lei elaborado pelos EUA para o Iraque, acrescentou.
Negociando com a oposição síria, Lavrov lembrou as palavras de um dos membros da oposição, que comparou o projeto de lei russo com o do líder da Autoridade Provisória da Coalizão dos EUA, Paul Bremer.
"É uma atitude incorreta, pois no Iraque foram invasores que escreveram a Constituição, tendo-a imposto ao país como um texto intransigente", destacou.