De Londres a Teerã, diversos governos criticaram o decreto de Trump, que suspendeu por quatro meses a entrada de refugiados nos Estados Unidos e proibiu temporariamente a chegada de viajantes da Síria e de outros seis países de maioria muçulmana. Segundo Washington, a medida é para proteger os cidadãos norte-americanos de ataques terroristas.
Merkel expressou tal preocupação a Trump durante uma conversa telefônica no sábado (28) e lembrou-lhe que a Convenção de Genebra exige que a comunidade internacional ofereça abrigo a refugiados de guerra por motivos humanitários, acrescentou o porta-voz da chanceler.
A posição de Merkel coincide com a opinião dos governos de Paris e Londres.
"O terrorismo não conhece nacionalidades. A discriminação não é uma resposta", disse o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault.
O chanceler britânico, Boris Johnson, comentou a situação no Twitter: "É divisionista e errado estigmatizar alguém por seu nacionalidade ".
O presidente norte-americano disse que sua decisão não é "uma proibição contra os muçulmanos", mas acrescentou que iria procurar dar prioridade aos cristãos que estão tentando fugir do país sitiado pela guerra.
O chefe da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, expressou "profunda preocupação" com o decreto, e disse em comunicado neste domingo que os novos regulamentos "são restrições injustificadas à entrada de cidadãos de várias nações árabes nos Estados Unidos” e advertiu para as “consequências da suspensão da aceitação dos refugiados sírios".
Em Teerã, o governo disse que iria tomar medidas em retaliação, mas neste domingo o ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, disse no Twitter que os norte-americanos que já tinham vistos da República Islâmica poderão entrar no Irã sem problemas.