Opinião: presidente dos EUA enfrenta resistência à melhoria de relações com Rússia

© REUTERS / Jonathan ErnstO presidencial republicano Donald Trump, durante o encontro com os eleitores no Colorado, em 18 de outubro de 2016
O presidencial republicano Donald Trump, durante o encontro com os eleitores no Colorado, em 18 de outubro de 2016 - Sputnik Brasil
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Não vale esperar uma aproximação rápida entre a Rússia e os EUA no que trata da cooperação econômica, combate ao Daesh e desarmamento nuclear, não porque Donald Trump não tente cumprir as promessas eleitorais, mas pela resistência com a qual ele se depara no seu país e na Europa, afirma o cientista político Aleksei Zudin.

Hoje (29), o Kremlin comunicou que os presidentes russo e norte-americano, durante sua conversa telefônica, discutiram a situação na Síria e destacaram como prioridade juntar esforços na luta contra o terrorismo.

"Tomando em conta todas as ações precedentes de Donald Trump, tal circunstância leva a sugerir que o novo presidente dos EUA também planeja cumprir esta parte da sua campanha eleitoral. Segundo vimos, desde o início do seu mandato… ele se empenhou em cumprir sua campanha", afirmou Zudin em uma entrevista à Sputnik.

"Neste caso, Donald Trump tenta manter sua palavra, aquelas promessas que ele fez durante a corrida presidencial. Entre estas promessas figurava a de mudar as relações com a Rússia, melhorar as relações com a Rússia, encontrar pontos de convergência para ações conjuntas e positivas com a Rússia", assegurou o analista.

Ao mesmo tempo, Zudin acredita que as relações russo-americanas são a parte integrante mais complicada do programa eleitoral de Trump.

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"Hoje em dia, no meio da classe política norte-americana se formou uma coalizão bipartidária dos opositores ao abrandamento nas relações russo-americanas, ou seja, os que apoiam seguir a antiga linha dura. É por isso que a realização desta parte do programa de Trump, o melhoramento das relações com a Rússia, quero dizer, está sendo obstaculizada e continuará sendo obstaculizada por uma resistência ainda maior", explicou.

Em particular, o cientista político destacou a forma da conversa telefônica entre os dois presidentes.

"Da parte russa, esteve apenas Vladimir Putin, mas quanto à parte norte-americana, o presidente eleito, que já tomou posse, não estava sozinho. Ele esteve acompanhado pelo vice-presidente, bem como por vários membros da equipe de Trump, inclusive aquele que é responsável pela ligação com o Congresso. Tudo isso é importante, tudo isso indica que Trump, ao planejar o formato da sua conversa com Vladimir Putin, tentou neutralizar ao máximo o eventual impacto negativo. Ele tentou não conceder aos seus rivais quaisquer trunfos", especificou Zudin.

No que trata das áreas da provável cooperação entre a nova administração norte-americana e a Rússia, o analista destacou o combate conjunto ao Daesh na Síria, e no Oriente Médio em geral, as questões de segurança, dos mísseis nucleares, da manutenção da estabilidade estratégica e também da ampliação e estreitamento dos laços econômicos entre os dois países.

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Porém, Zudin destacou que não devemos esperar um desenvolvimento imediato, paralelo e rápido, em grande medida por causa de uma "frente que se opõe a Trump tanto nos EUA como na Europa".

O analista apelou à avaliação realista de todas as dificuldades que o novo presidente norte-americano está enfrentando. Particularmente, muitos especialistas falam de um "governo norte-americano no exílio" do qual alegadamente farão parte a ex-candidata democrata Hillary Clinton, George Soros e outros políticos.

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