A desmobilização das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), como parte de um acordo que encerrou mais de 50 anos de guerra, fez crescer a preocupação de que ex-combatentes fortemente armados da guerrilha pudessem se unir às facções do narcotráfico cada vez mais poderosas no Brasil.
"Não podemos deixar que a paz na Colômbia seja motivo de preocupação na região", disse o ministro colombiano da Defesa, Luis Carlos Villegas. "Devemos impedir as chamadas forças dissidentes das FARC de avançar em direção às nossas fronteiras”, acrescentou.
A fragmentação das FARC coincide com o realinhamento entre as gangues de drogas brasileiras, que operam o comércio de cocaína avaliado em aproximadamente US$ 4,5 bilhões no país, maior consumidor do mundo depois dos EUA, e que canalizam as drogas para a Europa.
No entanto, uma onda de massacres na prisão, iniciada em Manaus no início de janeiro, sinalizou uma ruptura violenta entre o PCC e gangues aliadas ao Comando Vermelho, deixando cerca de 140 mortos e evidenciando o caos no sistema penitenciário brasileiro.
O ministro da Defesa brasileiro, Raul Jungmann, intensificou as visitas às regiões fronteiriças remotas do país, comprometendo-se a dobrar o orçamento para um programa de vigilância de alta tecnologia para dar suporte a cerca de 1.500 soldados nas 24 guarnições ao longo da fronteira amazônica.