Obama vs Trump: 7 guerras e um decreto

© REUTERS / Carlos BarriaDonald Trump e Barack Obama antes da cerimônia
Donald Trump e Barack Obama antes da cerimônia - Sputnik Brasil
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Depois de dez dias de sua saída do poder, o ex-presidente dos EUA, Barack Obama, apoiou os protestos contra a lei do seu sucessor, Donald Trump, intitulada "Proteção da Nação contra a Entrada de Terroristas Estrangeiros nos Estados Unidos".

Esta lei congela o acolhimento dos refugiados: da Síria por um prazo indeterminado, quanto aos outros países — pelos próximos 120 dias. Além disso, o documento proíbe por 90 dias a entrada para os cidadãos dos países que provocam uma "preocupação especial". Trata-se da Síria, Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen.

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Ao longo da sua presidência, Obama sancionou os bombardeamentos dos sete países (6 deles figuram no decreto de Trump). Porém, a sociedade nunca chegou a reagir aos conflitos armados desencadeados por Washington — não havia nem ações de protesto, nem os "chapeuzinhos cor-de-rosa". Entretanto, a lei destinada a proteger os norte-americanos da ameaça terrorista provocou uma reação nunca vista igual.

Deste modo, o ganhador do Prêmio Nobel da Paz, que desencadeou sete guerras, está apoiando os protestos contra o presidente que restringiu a entrada aos EUA dos cidadãos dos países despedaçados pelos extremistas após a invasão dos EUA.

Porém, muitas grandes mídias apresentam a crítica por parte de Obama contra Trump como se o ex-presidente fosse um adepto da paz e da democracia e bom pai de família, enquanto seu sucessor republicano — um xenófobo que ignora todas as liberdades e os valores da sociedade norte-americana.

"Durante a sua última entrevista coletiva de 18 de janeiro, o presidente Barack Obama disse aos jornalistas que comentaria as ações do seu sucessor somente se ‘os valores norte-americanos entrassem em jogo'. Ele não conseguiu se conter nem por duas semanas. Obama continua descansando com sua família e passou este recado através do seu porta-voz", diz o Washington Post.

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Em resposta à declaração do ex-líder norte-americano, Trump chamou atenção ao fato destas medidas não serem muito diferentes da política do próprio Obama. Em 2011, sua administração desacelerou muito o processo de acolhimento de refugiados e de concessão de vistos aos cidadãos iraquianos.

Os protestos contra o decreto "Proteção da Nação contra a Entrada de Terroristas Estrangeiros nos Estados Unidos" são mais parecidos com os "espetáculos já encenados", já que as pessoas não saíram às ruas quando Obama permitiu iniciar os bombardeamentos nos países muçulmanos, acredita o deputado da Duma de Estado russa, Aleksandr Chepa.

O político frisou que "era necessário protestar" e "abordar a questão do que eles estavam fazendo e quem lhes concedeu o respectivo direito" quando na Líbia e no Iraque "alguém lhes mostrou uma espécie de garrafinha com pó branco e eles logo começaram a bombardear".

Chepa assinalou que nos EUA, provavelmente, há algumas forças que não estão interessadas que Trump seja o chefe do Estado, adiantando que entre estas forças pode figurar o financista norte-americano, George Soros.

Falando ao serviço russo da Rádio Sputnik, o jornalista e comentarista de assuntos do Oriente Médio no jornal The Jerusalem Post, Seth Frantzman, disse que ele tem observado muita desonestidade e hipocrisia de ambas as partes no que se trata da crítica ao decreto de Trump, mesmo considerando a lei demasiada dura.

"Acho que há certa hipocrisia [na ideia] que o decreto de Trump provoque radicalização, enquanto a política de drones de Obama ou algumas outras políticas não contribuíram", resumiu.

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