A distorção tem até nome: Efeito Bradley, em homenagem ao prefeito Tom Bradley que em 1982 perdeu a disputa ao governo do estado da Califórnia mesmo com as pesquisas mostrando clara liderança a seu favor. Segundo a teoria, eleitores tendem a dizer ao entrevistador dos órgãos de pesquisa a opção "politicamente correta" ou "socialmente aceitável". O mesmo pode estar acontecendo com Marine Le Pen na França.
Candidata populista, eurocética, anti-OTAN, a favor do protecionismo e da defesa de fronteiras, Le Pen lidera as intenções de votos no 1º turno das eleições presidenciais. Mas quando o assunto é o 2º turno, de acordo com levantamento do Ifop-Fiducial, ela perderia para o candidato de esquerda Emmanuel Macron, que teria 63% em detrimento dos 37% dela.
Porém, segundo o Pantheon, as chances dela são maiores que o indicado nas sondagens e podem surpreender. A escalada se deve principalmente porque o candidato da direita e ex-primeiro-ministro francês, François Fillon foi implicado em um caso de corrupção envolvendo sua esposa e outros dois parentes.
Acusado de pagar salários sem que estes desempenhassem qualquer função, Fillon se recusou a deixar a corrida eleitoral, mas viu suas chances despencarem. De favorito, passou a terceiro colocado.