Nos últimos tempos, muitas dinamarquesas se tornaram modelos de pornô sem saber em fotos obscenas de mulheres denominadas "amigas" e "colegas", que aparecem em sites para adultos.
Para transformar discretas cidadãs dinamarquesas em modelos de pornô mundanas você precisa apenas de suas fotos, de imagens de corpos anônimos em posições pornográficas e de um editor inescrupuloso, comunicou a emissora Danish Rádio, referindo-se ao aumento marcante do "pornô falso".
Na maioria dos casos, as vítimas não sabem quem está por trás das edições e temem que as imagens difamantes se espalhem descontroladamente, sem que os internautas identifiquem a falsificação.
As imagens artificiais não passam de uma colagem, onde há o rosto da vítima e o corpo de modelos profissionais de pornô, completamente nuas e em posições constrangedoras.
Maiken Lindhardt, de 22 anos, é uma das vítimas das edições fotográficas.
"Eu sei que não sou eu. Mas os outros, que viram as imagens, podem acreditar que era eu", disse a moça durante transmissão do programa da Danish Radio.
Entretanto, os autores do crime não ficam contentes em apenas postar as imagens falsificadas. Eles incentivam outros usuários a contatarem as vítimas com propostas indecentes que podem levar a um assedio desenfreado.
O problema maior está ligado ao fato de ser impossível esquecer tal trauma, pois as fotos falsificadas nunca serão eliminadas e continuarão circulando na Internet. Além disso, isto pode também prejudicar a vida profissional das vítimas, caso o empregador resolva fazer uma pesquisa on-line.
Tentando amenizar a situação dificílima, a Danish Radio criou uma linha direta que registra depoimentos anônimos que serão utilizados para resolver os casos.
Na Dinamarca, 17% dos homens e 13% das mulheres entre 15 e 25 anos de idade alguma vez na vida passaram por alguma situação embaraçosa envolvendo fotos nuas e compartilhamentos das mesmas na Internet, segundo estatística governamental.
Na semana passada, a Dinamarca apresentou uma série de medidas para restringir o chamado "pornô vingativo" que inclui compartilhamento de imagens explícitas dos internautas sem sua aprovação. Acima de tudo, a penalidade foi aumentada de 6 meses para 2 anos de prisão.