No total, das manobras navais internacionais participam 2.800 militares da Romênia, Bulgária, Grécia, Turquia, EUA, Canadá, Espanha e Ucrânia, bem como 16 navios e 10 aviões. É claro que Moscou não deixou de prestar atenção a estes exercícios em grande escala, mas como consegue a Rússia monitorar as atividades da Aliança?
Segundo informou a edição russa Zvezda, atualmente o meio mais importante para controlar as manobras da Aliança é o navio russo de reconhecimento Priazovie do projeto 864 [classe Vishnaya, na classificação da OTAN].
"Enquanto que as características dos navios de mísseis são em geral bem conhecidas, o equipamento dos navios de inteligência é sempre um grande mistério. Se um navio de superfície pode ser visto sobre a água graças à vigilância dos satélites, já para detectar submarinos o Priazovie conta com o uso de armas hidroacústicas", segundo disse à Zvezda especialista na área naval Sergei Sochevanov. Ele acrescentou que o navio pode determinar o modelo exato do submarino.
"O navio de reconhecimento também é capaz de realizar interceptação de rádio e extrair a informação mais importante", acrescentou o especialista. Ele também salientou que o Priazovie mede os campos físicos dos navios para descobrir as principais características do armamento da OTAN para as utilizar na futura modernização de armas e sistemas de combate.
No que diz respeito à vigilância aérea, as manobras da OTAN também são observadas pela aviação naval e pelos sistemas russos de detecção via rádio. Assim, o avião Il-38N, equipado com o sistema de pontaria Novella-P-38, é capaz de detectar aviões e helicópteros a uma distância de até 90 quilômetros e os alvos de superfície a cerca de 320 quilômetros. Além disso, pode controlar até 32 objetivos simultaneamente. O "assassino de submarinos" está também equipado com mísseis de cruzeiro, torpedos antissubmarino e bombas de profundidade.