O senador russo Aleksei Pushkov acredita que, no contexto da demissão do conselheiro, que poderá estar relacionada com seus contatos com a Rússia, o alvo não era o ex-alto funcionário, mas as relações entre a Rússia e os EUA.
"A saída de Michael Flynn é, provavelmente, a demissão mais rápida de um assessor do presidente para questões da segurança nacional em toda a história [dos EUA]. Porém, o alvo não é o próprio Flynn, mas as relações com a Rússia", escreveu Pushkov no seu Twitter.
Уход М.Флинна, вероятно, самая ранняя отставка помощника президента по нац.безопасности за всю историю. Но мишень не Флинн, а отн. с Россией
— Алексей Пушков (@Alexey_Pushkov) 14 de fevereiro de 2017
Pushkov adiantou que este é apenas "o primeiro ato".
"Flynn está saindo, mas o problema russo na Casa Branca permanece", dizem seus rivais. A expulsão de Flynn foi o primeiro ato. Agora o alvo é Trump", acrescentou, retweetando a capa de um jornal norte-americano com a manchete "Russo, para a saída!"
Russian for the Exit — @NYDailyNews front page on Flynn's resignation pic.twitter.com/R27EBu2elu
— Mohamad Bazzi (@BazziNYU) 14 de fevereiro de 2017
Outro alto responsável oficial, o chefe do Comitê Internacional do Conselho da Federação, Konstantin Kosachev, também escreveu na sua página do Facebook:
"Ou Trump ainda não obteve a autonomia que procurava e ele está sendo sucessivamente (e não infrutiferamente) encurralado, ou a russofobia já afetou toda a nova administração."
Segundo disse o senador, ele desde o início acreditava que ainda era cedo para inscrever Flynn na lista dos russófilos. Basta ler seu último livro "The Field of Fight. How to Win the Global War against Radical Islam and its Allies" ("O campo de combate. Como ganhar a guerra global contra islamismo radical e seus aliados"), frisou Kosachev.
Porém, apenas a disponibilidade para o diálogo com os russos já "é considerada pelos falcões de Washington como um crime de pensamento", adiantou.
"Fazer o conselheiro de Segurança se demitir por ter contatos com o embaixador russo (uma prática comum em diplomacia) já não é apenas paranoia, é algo muito pior", resumiu.
O deputado da Duma de Estado russa Aleksandr Chepa disse à Sputnik, porém, que é pouco provável que a demissão de Flynn influencie de alguma maneira as relações russo-americanas.
Na opinião do político, a rápida substituição do conselheiro quer dizer que "está havendo algum trabalho na equipe deles e eles estão sendo mais cautelosos na sua política de pessoal".