Entretanto, o Parlamento reduziu significativamente o número de altos cargos (de 32 a 18) no novo governo liderado pelo empresário Fayez Sarraj.
Apesar da alegria expressa pela ONU e pela comunidade internacional ligada ao novo executivo, "os próprios líbios entenderam perfeitamente que Sarraj carece de recursos para controlar o país que praticamente está caindo em pedaços", explicou a edição Lenta.ru.
País invertido em escombros
Ao chegar ao poder, Sarraj recebeu um país em pedaços. Apesar de uma atmosfera relativamente calma, os enfrentamentos em Tobruk, Trípoli, Sirte e outras cidades não pararam. Ademais, segundo os serviços de inteligência italianos, no Sul da Itália existem mais de 1.500 grupos, tribos e brigadas que não se submetem ao governo.
De acordo com a inteligência, numerosos grupos jihadistas permanecem na região e a qualquer momento podem efetuar um contra ataque.
A vitória em Sirte e a recuperação de quatro portos petrolíferos importantíssimos nas costas do mar Mediterrâneo são, mesmo assim, um impulso econômico para o governo de Sarraj.
Renascimento de Khalifa Haftar, ex-amigo de Kadhafi
Khalifa Haftar era uma das pessoas mais próximas a Muammar Kadhafi até 1980, quando seus caminhos se separaram e Kadhafi negou manter contato com o comandante.
Naquela época, Haftar decidiu trabalhar para os EUA e regressou à Líbia somente depois da morte de Kadhafi.
Por enquanto, o comandante das Forças Armadas e as tribos no Sul da Síria possuem objetivos similares, mas no momento em que Haftar decidir tomar controle de todo o país, um conflito entre as partes poderá se explodir, explica o portal.
Até que medida está presente fator estrangeiro?
Um dos fatores mais influentes no Oriente Médio é o apoio internacional. Sem ir mais longe, Haftar visitou Moscou duas vezes em 2016 e subiu, ademais, a bordo do porta-aviões russo Admiral Kuznetsov quando este se encontrava no mar Mediterrâneo — a caminho para a Síria.
No entanto, o Ocidente também começa a seguir as ações de Haftar, sabendo que o apoio internacional, assim como a capacidade de negociar dentro do país, são fatores-chave para solucionar o conflito que está acabando com a Líbia.