Uma coisa é quando perguntam se você iria defender um povo que foi atacado e outro assunto é quando perguntam se você participaria de uma guerra. Não é a mesma coisa.
No entanto, não é completamente claro o significado da formulação da questão: "Será que a entrada em um conflito armado é justificada?" Segundo as palavras da diretora do Centro de Política de Segurança de Belgrado, Sonja Stojanovic Gajic, os cidadãos também foram questionados sobre o que estão dispostos a fazer se seus compatrícios nos países da região ficarem sob ameaça.
A diretora do centro acrescentou que a questão só tinha que ver com a justificação de participação de um conflito, mas não com quem iniciaria esse conflito. Essa questão é natural, pois a situação no Kosovo é considerada como a ameaça número um na estratégia de segurança nacional da Sérvia.
Entretanto, uma coisa é quando você pergunta a alguém se está disposto a proteger seu povo de ataques, mas outra coisa é quando a questão é se uma pessoa está pronta para participar de uma guerra em geral.
Por outro lado, o especialista em tecnologias políticas e diretor da agência Pragma, Cvijetin Milivojevic, pensa que tais inquéritos são usados para criar a opinião pública necessária.
Para ilustrar com exemplos de questões "corretas", o especialista fala daquelas que são colocadas sobre a adesão da Sérvia à UE:
"Dois terços dos cidadãos são a favor de adesão da Sérvia à UE. Mas quando perguntamos se as pessoas querem entrar na UE na condição de ser assinado um acordo juridicamente vinculativo com o Kosovo [acordo de reconhecimento de independência do Kosovo por parte da Sérvia, mas tal formulação não existe no nível oficial], nesse caso dois terços, ou ainda mais, serão contra a adesão à UE", acrescentou.
Além disso, quanto ao Kosovo, Milivojevic lembrou que em 1999 a Sérvia foi sujeita à agressão da OTAN.