A participação militar de Moscou na Síria "mudou a balança de poder, forçando a oposição sunita não-radical a negociar", disse o diplomata francês à Le Point. Sobretudo, a Rússia é "a única capaz de forçar Damasco a negociar com a oposição".
A segunda ronda de negociações em Astana ocorreu em 15 e 16 de fevereiro e resultou em que Moscou, Ancara e Teerã chegaram ao acordo de estabelecer um grupo de contato permanente para manter o cessar-fogo.
O documento visto pela Sputnik firmou que o grupo de controle também facilitaria as trocas de prisioneiros durante suas reuniões regulares, informando às Nações Unidas sobre violações de trégua e ao Grupo de Apoio Internacional à Síria (ISSG) sobre seu progresso.
O diplomata francês também disse que a Rússia é "a única capaz de encontrar uma saída" do conflito sírio devastador, pois "ela tem a força militar e política". Ele apontou que a não exigência de renuncia imediata de Assad pela liderança turca comprova a influência de Moscou.
Na verdade, Rússia e Turquia têm servido como garantia do acordo de cessar-fogo, que foi apresentado pelo presidente Vladimir Putin em 29 de dezembro de 2016.
Foucher confirmou esses sentimentos, dizendo que a Rússia é contra um cenário de mudança de regime na Síria, que poderia resultar no destino sírio semelhante ao da Líbia. Ele também explicou que Moscou decidiu lançar uma operação militar na Síria, preocupando-se com a possibilidade de o país árabe devastado pela guerra de se transformar em um terreno fértil para o terrorismo.