Se o opositor de direita Guillermo Lasso ganhar em um possível segundo turno em abril contra o candidato do governo, Lenin Moreno, e "começar a perseguir" os governistas antes da transferência do governo, em maio, "existe a figura da morte cruzada" à qual se poderia recorrer, advertiu Correa.
A "morte cruzada", segundo a Constituição equatoriana, autoriza o chefe do Executivo a dissolver o Legislativo, com o consentimento do Tribunal Constitucional, diante do que se deve convocar imediatamente novas eleições para renovar os dois poderes.
"Se a oposição ganha e quer destruir todo o ganhado, existe a morte cruzada", insistiu o presidente, enfatizando que esta possibilidade dependerá do "bom comportamento" da oposição.
Correa argumentou que a pessoa certa para governar o país é Lenin Moreno, mas disse que se a oposição vencer, ele “provavelmente” vai “ter que voltar" (da Bélgica, país de origem de sua esposa, para onde planeja se mudar após o fim de seu mandato), para estar onde o "momento histórico" exija.
Com 98,54% dos votos contados do primeiro turno das eleições, que foi realizado no último domingo, Moreno tem 39,33% dos votos válidos e Lasso, 28,18%.
Moreno precisa de pelo menos 40% dos votos válidos e 10 pontos percentuais de diferença em relação a Lasso para proclamar-se presidente no primeiro turno, mas tudo indica que a haverá um segundo turno, no dia 2 de abril.