"A guerra urbana é um dos tipos mais complicados de guerra para ser travada simplesmente devido à complexidade do ambiente urbano. Ele não é apenas vertical, mas também horizontal. Em Mossul, os bairros mais antigos tendem a ser muito difíceis em termos de condução de operações urbanas por causa das ruas estreitas e também pela configuração desta parte da cidade", explicou.
"É um fato que esta parte da operação de libertação destes mesmos bairros de Mossul levará mais que alguns meses por causa da preparação e da profundidade de retaliação por parte do Daesh", continuou.
Karasik adiantou que as forças de segurança iraquianas serão obrigadas a avançar em grupos pequenos, por áreas estreitas, descrevendo o que se seguirá como uma "batalha quarteirão a quarteirão".
A fase mais recente da operação de larga escala encabeçada por Bagdá foi revelada no domingo passado (19), sendo que as autoridades iraquianas lançaram esta operação de libertação já há alguns meses. A despeito do otimismo ardente após as primeiras atividades bem sucedidas, a campanha se desacelerou depois que as forças de segurança do Iraque, os milicianos curdos e as Unidades de Mobilização Popular tinham atingido a cidade própria.
Karasik propôs que as campanhas internacionais talvez ajudassem a libertar Mossul, a segunda maior cidade iraquiana, bem como a cidade síria de Raqqa, capital do califado jihadista, mas isto não necessariamente vai significar a morte deste grupo violento ou a da sua ideologia.
"Eu penso que já estamos vendo o Daesh se dirigindo para Raqqa e se preparando para a batalha final de Raqqa. Isto em teoria vai fechar um capítulo sobre [o Daesh] e seu primeiro califado no Levante [Levante é um termo geográfico impreciso que se refere, historicamente, a uma grande área do Oriente Médio]", assinalou.
"Há especulações que daqui a cinco ou dez anos [o Daesh e a Al-Qaeda] estarão poderão se juntar. O extremismo sunita nunca para de se desenvolver. Eu acho que nós temos que ter isso em consideração [quando discutimos] aquilo que se passará com o Daesh no futuro. Isto é, com efeito, uma doença aerotransportada que já penetrou em na maior parte do mundo", resumiu o acadêmico.
O analista também frisou: logo que Mossul seja libertada, Bagdá deve se focar em lidar com aquilo que impulsionou a violência sectária.