Os mísseis Oniks utilizados pelo Bastion podem atacar navios de superfície de qualquer classe, em condições da resistência armada e guerra eletrônica intensa.
Uma das características mais importantes do Oniks é o sistema de controle inteligente, vital na hora de realizar o lançamento de vários projéteis de uma vez. Com sua ajuda, o Oniks pode classificar autonomamente a importância dos alvos, bem como escolher a técnica e o plano de ataque, anulando ao mesmo tempo os sistemas de guerra eletrônica e de defesa antiaérea.
A divisão 520 da brigada de artilharia de mísseis costeiros localizada na região de Yelizovo, em Kamchatka, recebeu há pouco a primeira bateria de sistemas Bastion. Até agora, a divisão tem usado os antigos sistemas Redut, no ativo desde 1966.
O motivo de tais operações defensivas é a necessidade de proteger as costas e os mares russos, bem como de defender rotas que representam uma grande importância para o país, assinalou Khrolenko.
Desde 2015, no Extremo Oriente russo tem sido desenvolvido um sistema unificado de defesa costeira, necessário para controlar as zonas das Ilhas Curilas e do estreito de Bering, e cujo objetivo é a cobertura das rotas de movimentação da Marinha e aumentar a força e estabilidade da Frota do Pacífico.
Segundo disse Khrolenko, a defesa das fronteiras da Rússia no Extremo Oriente é uma medida forçada para compensar a "contenção" política e militar dos EUA no Pacífico. Além disso, o Japão segue reivindicando sua suposta soberania sobre as Curilas.
A instalação dos sistemas Bastion nas Curilas é um sinal político e militar de Moscou aos seus vizinhos, a Tóquio em primeiro lugar, de que a Rússia tem intenção de conservar a fronteira oriental na sua forma atual.
Este passo, bem como a possível presença de sistemas de defesa antiaérea S-400 em Kamchatka, podem ser entendidos somo uma proteção total do mar de Okhotsk, o que converterá as Ilhas Curilas e Kamchatka em uma fortaleza naval inacessível, com uma grande capacidade de resposta, acredita o colunista da Sputnik Aleksandr Khrolenko.
A Rússia tem um território extenso, quase duas vezes maior que o dos EUA, e tem fronteiras marítimas com 12 países. O comprimento total das fronteiras marítimas da Rússia supera os 39 mil quilômetros, adianta o colunista.
Neste sentido, os sistemas nucleares e de defesa aeroespacial permitem "controlar a paz no planeta em uma área de milhares de quilômetros muito para além do nosso território", explica Khrolenko.
"Nos EUA, a isso se chama de 'projeção de força', mas a Rússia tem como mais presente o conceito de 'projeção de segurança'", concluiu o especialista.