Kremlin considera nacionalização de negócios em Donbass compreensível no meio da crise

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As repúblicas populares de Lugansk e Donetsk decidiram impor um regime de recuperação judicial às empresas ucranianas na área em resposta ao bloqueio dos transportes.

A nacionalização das empresas em Donbass não é "arrebatar", as regiões estão em uma situação difícil e as pessoas precisam sobreviver de alguma forma, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, na quarta-feira (1).

"Eu não acho que a palavra 'arrebatar' seja aplicável aqui… Em princípio, estamos testemunhando o fato de que as regiões deixadas para trás pelo governo estão caindo para uma situação ainda mais difícil, estando em um bloqueio completo por parte de elementos extremistas. Assim, é claro que, até certo ponto, podemos entender as ações tomadas pelas lideranças das regiões que, mais uma vez, foram rejeitadas pelo seu Estado. Estamos falando da vida de vários milhões de pessoas, então, é claro que as pessoas precisam de sobreviver", disse Peskov aos repórteres.

Ele acrescentou que essas empresas não tinham nada a ver com a Rússia e, portanto, ele não podia comentar se era possível abrir os mercados russos para elas.

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A República Popular de Donetsk (RPD) e a República Popular de Lugansk (RPL) decidiram impor o regime de recuperação judicial às empresas ucranianas na área em resposta ao bloqueio dos transportes.

O bloqueio dos trilhos ferroviários entre as repúblicas e a Ucrânia começou no final de janeiro por ex-participantes das operações militares em Donbass. Isso levou a interrupções nas entregas de carvão antracite aos territórios controlados por Kiev.

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O conflito de Donbass eclodiu em abril de 2014 como uma contrarreação local ao golpe do Maidan patrocinado pelo Ocidente em Kiev, que tinha derrubado o presidente Viktor Yanukovych em fevereiro. Os residentes das regiões de Donetsk e Lugansk realizaram referendos pela independência e proclamaram as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk. Desde então, Kiev tem vindo conduzindo uma operação militar, enfrentando uma dura resistência local.

Em fevereiro de 2015, as forças de Kiev e os apoiantes da independência de Donbass assinaram um acordo de paz na capital bielorrussa Minsk. O acordo estipula um cessar-fogo completo, a retirada de armas pesadas da linha de contato em Donbass, bem como reformas constitucionais que dariam um estatuto especial às repúblicas populares de Donetsk e Lugansk. Apesar do acordo, o regime de cessar-fogo é regularmente violado, com as duas partes se acusando mutuamente de múltiplas violações, prejudicando os termos do acordo.

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