Por um lado, a atuação merece aplausos; por outro, deixa o Rio em situação humilhante, por expor publicamente suas dificuldades com a segurança pública. Esta é a opinião do jornalista e teólogo Antônio Carlos Costa, fundador e diretor-presidente da ONG Rio de Paz.
Falando à Sputnik Brasil, Antônio Carlos Costa sustenta que a atuação da Força Nacional de Segurança permitiu alguma tranquilidade para a população, até porque ela também foi solicitada para apoiar a Polícia Militar na segurança da Assembleia Legislativa durante o período em que o Parlamento Estadual debateu a proposta de privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), exigência do Governo Federal como uma das contrapartidas do Governo do Estado do Rio à concessão de um novo pacote de ajuda financeira.
"[A atuação da Força Nacional] se fez necessária em função do estado de descontrole em que se encontra o Rio de Janeiro e também da pressão política que manifestantes estavam exercendo sobre a Assembleia Legislativa, movidos por um motivo absolutamente justo mas com um manifestante ou outro revelando sua revolta de uma forma que expunha a vida dos deputados", comenta o presidente do Rio de Paz. "Agora, é uma solução paliativa e, de alguma forma, também humilhante [o Estado do Rio solicitar a Força Nacional de Segurança ao Governo Federal], porque nós estamos falando da segunda cidade da Federação, que não precisava ter pedido uma ajuda como essa, tendo recursos para poder fazer frente aos dilemas que enfrenta no campo da segurança pública."
Ainda segundo Antônio Carlos Costa, a responsabilidade pelos problemas do Estado do Rio deve ser compartilhada entre os Poderes Executivo e Legislativo, porque, a seu ver, os parlamentares não exerceram, como deveriam, o seu papel fiscalizador diante dos governantes.