"Essas famílias, acusadas de atos ilícitos por associação, são em muitos casos vítimas de abusos do Daesh e devem ser protegidas por forças governamentais, não direcionadas para represálias", disse o diretor do HRW para o Oriente Médio, Lama Fakih, em comunicado.
O representante entrevistou uma série de pessoas deslocadas para um campo de refugiados perto de Tikrit em fevereiro, descobrindo que 125 famílias foram deslocadas pelas milícias das Forças de Mobilização Populares (PMF) de uma área da província de Saladin no final de 2016 após um decreto local ordenando a expulsão de afiliados do Daesh. A maioria dessas famílias negou ter parentes no Daesh ou disse que estes eram membros distantes.
"O Parlamento iraquiano deve emitir um decreto pedindo aos conselhos locais que governem para rescindir os decretos e para que as forças armadas cessem os deslocamentos forçados, reiterando a ilegalidade desse procedimento", pediu a HRW, acrescentando que é necessário uma ação rápida antes que a prática se espalhe por todo o país.
Organizações de direitos humanos pediram repetidamente ao governo iraquiano que aplique a lei a milícias dominadas por xiitas que participam da operação anti-terrorismo no norte principalmente sunita do país. As afiliadas da PMF foram acusadas de participar de assassinatos, tortura e destruição de infra-estruturas contra civis sunitas sem qualquer esforço por parte do governo para punir ou investigar os abusos.