O caso foi apresentado pela Ucrânia em 16 de janeiro. Kiev alega ter sido submetida a crescentes graus de pressão e intimidação da Rússia desde a chamada Revolução Laranja de 2004, e também acusa Moscou de "intervir militarmente na Ucrânia, financiar atos de terrorismo e violar os direitos humanos de milhões de cidadãos ucranianos", bem como de "apreender uma parte do território soberano da Ucrânia por força militar". Além disso, o lado ucraniano considera que a Rússia maltrata membros do grupo étnico dos tártaros na Crimeia.
De acordo com a BBC, nas declarações de abertura das audiências nesta segunda-feira, o lado ucraniano acusou a Rússia de tornar "impossível para os cidadãos ucranianos se sentirem seguros em qualquer lugar do seu país". O lado russo deve se pronunciar com um discurso na terça-feira (7).
O tribunal de Haia deve tomar uma decisão sobre a necessidade de implementação de medidas provisórias em quatro semanas, mas o processo inteiro pode levar meses, ou mesmo anos.
A Crimeia voltou a fazer parte da Rússia em 2014, depois que a grande maioria dos cidadãos locais apoiou a reunificação em um referendo realizado após o golpe de Estado em Kiev. O governo ucraniano e seus aliados ocidentais se recusaram a reconhecer a península como parte da Rússia, acusando Moscou de anexar o território à força e impondo sanções contra Moscou devido ao alegado envolvimento do Kremlin no conflito ucraniano.
A Rússia tem repetidamente refutado as alegações, alertando que as sanções ocidentais são contraproducentes e minam a estabilidade global.