Na audiência comandada pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processo da Operação Lava Jato, em primeira instância, na 13ª Vara Federal de Curitiba, Meirelles foi ouvido na condição de testemunha de defesa do ex-presidente em um dos processos que Lula responde na Operação Lava Jato.
"A minha relação com o presidente Lula era totalmente focada em assuntos relativos ao Banco Central e à política econômica. Nesta interação, nunca vi ou presenciei nada que pudesse ser identificado como algo ilícito ou ilegal", garantiu o ministro da fazenda para a defesa do ex-presidente.
O Ministro da Fazenda ainda negou usar a sua posição na época para qualquer compra de apoio com parlamentares para defender interesses políticos do governo Lula ou para benefício próprio e que sempre teve independência para tomar decisões, mesmo com as divergências que surgiram entre ele e outros integrantes do governo.
"Em momento algum eu tive qualquer tipo de conhecimento ou interação sobre outros assuntos que não fossem aqueles de atividade direta do Banco Central”, afirmou.
Além de Henrique Meirelles, o juiz federal Sérgio Moro, também ouviu o depoimento do empresário Luiz Fernando Furlan, que foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior entre 2003 e 2007. Furlan também prestou esclarecimentos na condição de testemunha de defesa de Lula. Ao ser questionado se ele tinha conhecimento de qualquer envolvimento do ex-presidente em atividades ilícitas, o empresário também disse que não.
Furlan também negou que nas reuniões frequentes que realizava com empresários, enquanto ministro, e que muitas vezes tinham a presença de Lula, eram tratados assuntos de interesses particular ou partidário. Segundo o empresário, nos encontros eram tratados assuntos de interesse do Brasil. "Interesse do país. A minha ideia consistia em convidar cerca de 20 empresários para cada um dos 13 encontros que promovi, no sentido de que eles pudessem dar informações ao presidente sobre os seus respectivos setores. Ao mesmo tempo, sugeri medidas que pudessem favorecer o desenvolvimento do país. O presidente era muito mais um ouvinte desses encontros", explicou o ex-ministro.