"A organização filtrou milhões de códigos de ferramentas, vírus e troianos que a CIA utiliza para realizar espionagem nos EUA e no mundo em geral. Uma das coisas que mais chamou a atenção foi a ativação de microfones em televisões inteligentes Samsung para gravar a informação que pudessem captar e investigar essas comunicações", disse ao programa Em Órbita da Sputnik Mundo o analista de segurança informática da empresa Base 4 argentina, Santiago Bottiroli.
Segundo o especialista, esta situação é "gravíssima" porque grande parte da população americana tem uma televisão desta marca. Além disso se revelou que a agência de inteligência grampeou smartphones.
"Estas coisas foram realizadas em cooperação com o MI5 do Reino Unido [o serviço britânico de inteligência]", indicou Bottiroli.
Na opinião do especialista, os vazamentos do WikiLeaks "não são insensatos", já que os EUA estão em "condições tecnológicas" de realizar este tipo de espionagem. "Estas revelações são provas confiáveis de que [os EUA] estão espiando inclusive sua própria gente", considerou.
Segundo a publicação do portal Consortium News, as revelações do WikiLeaks quanto às capacidades de espionagem da CIA põem em dúvida as acusações que a inteligência americana apresentou quando assinalou que a Rússia tinha utilizado pirataria informática para influenciar as eleições.
"Resulta que a CIA tem uma biblioteca de software que podia ser utilizada para depois atribuir a culpa a outro serviço de inteligência estrangeiro", argumentou.
"Com esta revelação do WikiLeaks podemos dizer que se tínhamos duvidas [antes], já não deveríamos tê-las: alguém nos está escutando do outro lado", concluiu o especialista.