Ainda mais surpreendente, segundo Konashenkov, é a "indiferença quanto a estes fatos por parte da Organização para a Proibição de Armas Químicas, que nem sequer empreendeu quaisquer tentativas para enviar seus peritos ao lugar do acidente, nem condenou oficialmente" estes ataques.
Bagdá, por sua parte, negou que o Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países) tenha utilizado armas químicas em Mossul apesar de que a Cruz Vermelha, em um comunicado, afirmou que este tipo de armas tinha realmente sido usado.
Ademais, o militar russo denunciou a política de duplos padrões da OPAQ em relação à Síria. Vale destacar que a organização passa meses examinando dados sobre o uso de substâncias tóxicas em Aleppo e às vezes apresenta como corretas as informações que surgem nas redes sociais sobre o alegado uso de armas químicas por Damasco, constatou Konashenkov.
O oficial assinalou que desde então "somente houve algumas solicitações adicionais por parte da OPAQ […], não havendo nenhum resultado concreto".
"É surpreendente que a OPAQ não tenha realizado uma análise igualmente minuciosa tal como analisou os testemunhos de ‘ativistas' de toda a natureza que, sem qualquer base, acusaram as autoridades sírias de usarem armas químicas, e logo os considerou fidedignos", disse Konashenkov.
De acordo com o representante oficial do Ministério da Defesa russo, chegou a hora de a OPAQ "revisar sua metodologia" no que diz respeito à Síria.
Anteriormente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que ao menos 12 pessoas, entre elas mulheres e crianças, recebem tratamento em um hospital da cidade iraquiana de Erbil (Norte), após terem sido expostas a substâncias tóxicas em Mossul. Desde então, a quantidade dos afetados se elevou para 15 pessoas.