Falando com a Sputnik China, o especialista do Instituto de Estudos de Problemas do Mundo Árabe da Universidade Ningxia, Li Shaoxian, assinalou que a cooperação com o governo sírio vai ajudar o país a combater o terrorismo no seu próprio território:
"Na verdade, não há nada de surpreendente em tal declaração por parte de Assad. Não é a primeira vez que ele fala disso. Já faz bastante tempo que a Síria tem tentado estabelecer relações estreitas com diferentes países. Porém, muitos Estados ocidentais não querem cooperar com a Síria, por isso Damasco está procurando por um apoio amistoso da China e da Rússia."
O governo da Síria está desempenhando um papel relevante na luta contra os extremistas, sendo que este fato é cada vez mais reconhecido no meio da comunidade internacional. "A propósito, Assad falou sobre a cooperação com a China na área do combate ao terrorismo precisamente durante o encontro com a delegação do Parlamento Europeu. Ainda há dois anos era difícil imaginar que tal delegação visitasse a Síria e se encontrasse com Assad", acrescentou.
A China também necessita de cooperação antiterrorista com a Síria, já que hoje há muitos que falam dos terroristas uigures que vão para a Síria e se afiliam em tais agrupamentos como o Daesh ou a Frente al-Nusra (hoje em dia Fatah al-Sham), explica o acadêmico. A luta comum contra o terrorismo vai ajudar a derrotá-lo no território chinês.
Na entrevista, o presidente sírio afirmou que a China também poderia participar da restauração da infraestrutura na Síria em todas as esferas, sem exceções.
Segundo diz o analista do Instituto das Relações Internacionais da Universidade Popular da China, Wang Yiwei, Pequim está interessando em restaurar a infraestrutura na Síria com o fim de realizar a iniciativa da faixa econômica da Rota da Seda.
"Os projetos na Síria, sem dúvida, representam um interesse empresarial, e a reconstrução no pós-guerra vai permitir que os empreiteiros celebrem muitos contratos vantajosos. Tanto mais que a China tem um potencial forte na construção de infraestruturas", revelou.
"A Síria é um país com uma civilização antiquíssima. Na Antiguidade, a Grande Rota da Seda atravessava Damasco. E quando o grau da guerra civil for diminuindo, será preciso efetuar a reconstrução e criar novos objetos de infraestrutura que atraiam os investimentos para outras esferas. A Síria é uma ponte de ligação com os outros países do Oriente Médio, bem como um centro cultural importante. Por isso, os investimentos que a China vai fazer poderão ser bastante atraentes", concluiu Wang Yiwei.