Entretanto, eles não excluem os riscos sérios para a missão de mediação da China por parte dos EUA e em caso de chegada dos conservadores ao poder no Irã em resultado das eleições.
O analista do Centro das Relações Exteriores do Instituto Chinês de Comunicações Yang Mian acrescentou que a Arábia Saudita e Irã são os maiores exportadores de petróleo para a China. A mediação da China é do interesse de todas as partes, acredita ele.
"A China está apoiando a ideia de resolução pacifica das disputas internacionais. A Arábia Saudita e o Irã mantêm relações de amizade com a China, ao mesmo tempo sendo seus parceiros comerciais, por isso, o lado chinês quer apoiá-los na resolução de divergências, nomeadamente aproveitando uma chance como é a visita do rei da Arábia Saudita à China", acrescentou à Sputnik China Yang Mian.
Entretanto, segundo acrescentou ele, a China espera contribuir para a diminuição das tensões entre os dois grandes jogadores regionais no Oriente Médio para assegurar a estabilidade no Golfo Pérsico.
Segundo ele, a mediação e reconciliação com base nos princípios do Direito Internacional e da diplomacia são os princípios da China que lhe permitem se tornar mediadora e contribuir para a paz e segurança na região e no mundo.
A China tem muitas possibilidades de mostrar sua influência na região, acredita a analista do Instituto do Oriente Médio Irina Fyodorova. A China se está tornando um jogador cada vez maior no Oriente Médio com um grande potencial devido às suas capacidades econômicas. Por isso, é claro que o aumento de tensão entre o Irã e Arábia Saudita, que pode levar a um conflito militar, não corresponde aos interesses da China.
"A China tem potencial para influenciar a decisão tanto de um, como de outro lado na questão da resolução de suas contradições. Mas na Arábia Saudita e no Irã existem forças capazes de contrariar seus esforços", frisou a analista russa Irina Fyodorova, acrescentando que tudo vai depender dos resultados das próximas eleições no Irã, onde as forças políticas, muitas das quais usam a imagem da China como inimigo, estão lutando entre si.
"No que toca às possibilidades de se tornar mediador, a China as tem. Primeiro, há relações diplomáticas com ambos os países. Segundo, há interesses econômicos e projetos conjuntos que se estão realizando neste momento. Isso significa que existe uma interdependência entre as partes e que a China pode influenciar de forma prática ambas as partes do conflito", acrescentou a analista russa do Instituto de Estudos do Oriente Médio Maria Pakhomova.
Por outro lado, segundo Pakhomova, o papel de mediador é muito contraditório. Não é claro se a China está pronta para arriscar as suas relações bastante boas com uma das partes para se tornar em mediador.
"É mais provável que ela [China] esteja pronta para participar não como mediador e intermediário oficial, mas como um país que influencia através dos canais diplomáticos, mas não no papel de intermediário oficial", comunicou à Sputnik China a analista russa Maria Pakhomova.
A China desempenha um papel mais ativo na regulação na Síria. Isso é mais um motivo, segundo os analistas, para reconciliar o Irã e a Arábia Saudita. Isso facilitaria a promoção dos interesses econômicos da China na Síria e na região.