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Candidatura de Lula à presidência esquenta a chapa do cenário político

© Ricardo Stuckert/Instituto LulaLula em ato com artistas e intelectuais no Rio de Janeiro, Abril 2016
Lula em ato com artistas e intelectuais no Rio de Janeiro, Abril 2016 - Sputnik Brasil
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Depois de avaliar que a Lava Jato vai causar impacto em todos os partidos e que a crise econômica legitima sua volta, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que vai ser candidato na próxima eleição presidencial. O anúncio foi feito durante encontro de Lula com os deputados federais Luciana Santos (PE) e Orlando Silva (SP) em São Paulo.

Segundo interlocutores próximos ao petista, Lula já teria encomendado propostas para um novo programa de governo ao ex-ministro da Fazenda Nélson Barbosa,  ao economista Luiz Gonzaga Belluzzo e a professores da Universidade de São Paulo (USP). O ponto central do programa seria o estímulo ao consumo com responsabilidade fiscal. Os petistas dizem que o partido não tem Plano B e estão atentos aos desdobramentos de ações na Justiça envolvendo Lula, que é réu em cinco processos, três dos quais no âmbito da Operação Lava Jato.

Em entrevista à Sputnik, o secretário estadual da Juventude do PT em São Paulo, Erik Bouzan, diz que as pesquisas de opinião mostram que o nome de Lula vem crescendo quanto a uma possível candidatura e que a população tem cada vez maior o sentimento de que a Lava Jato é comprometida, o que ajuda a alavancar a candidatura do ex-presidente. Quanto à alegada inexistência de um Plano B, Bouzan vê a questão por outro ângulo.

"Não há a necessidade de um Plano B a partir do momento em que há uma candidatura apresentada e que no âmbito geral e da esquerda é a principal em intenção de voto e vem crescendo cada vez mais. Ele vem cada vez mais com uma garra, uma disposição. Ele está muito empolgado, não só com a volta a uma candidatura à presidência, mas também de construir o PT e de andar por todo o canto do país para conseguir tentar barrar esse avanço conservador. É óbvio também que no âmbito das esquerdas existem outras possíveis candidaturas e temos que trabalhar com elas. Esse processo tem que ser muito tranquilo principalmente num momento de forte ataque neoliberal e conservador o país", diz Bouzan.

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O secretário estadual da Juventude do PT em São Paulo se refere aos rumores de que, em caso de impedimento jurídico de Lula em disputar o pleito, parte do PT veria com bons olhos o aval a Ciro Gomes (PDT-CE) com candidato tendo como vice o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Outro aliado de primeira hora de Lula, o PCdoB também estaria inclinado a concorrer com um candidato próprio, o governador do Maranhão, Flávio Dino.

Quanto à possibilidade de que Lula se torne inelegível e seja preso devido à uma condenação nas ações que correm contra ele, Bouzan é direto:

"Não tenho dúvidas de que esse núcleo golpista está cada vez mais desesperado com esse crescimento do presidente Lula e não dá para duvidar de nada de que eles são capazes e principalmente do que já fizeram com a questão do golpe. Também acho que eles têm bastante receio de qual vai ser a consequência real desse impedimento completamente descabido contra Lula, que já teve sua vida completamente devassada assim como de toda a sua família. Não existem provas concretas. Acho que vão tentar, mas sabem da capacidade da nossa mobilização e da capacidade nossa de enfrentamento a qualquer tipo de outro golpe também judicial que possa ser feito contra a principal candidatura que tem condições de barrar o avanço das forças antidemocráticas", diz Bouzan.

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