Realizada dentro do contexto da "Agenda Cidades 50-50: Todas e todos pela igualdade" uma iniciativa para que gestores municipais assumam compromissos em relação a promoção de gênero e o empoderamento das mulheres nas cidades.
No estudo, as pessoas entrevistadas responderam questões sobre que grau de importância vereadores (as), prefeitas (os) devem dar a três dimensões: mesma oportunidade de acesso e desenvolvimento na educação e na cultura; no mercado de trabalho e mesmos salários; e de atuação nos partidos políticos e nos governos.
Ao aplicar um recorte por raça/cor, os números encontrados são semelhantes. Para 75% dos brancos e brancas, 74% dos negros e negras (pretos, pretas e pardos e pardas) e 78% das pessoas que se autodeclaram de outra raça/cor (amarelos, amarelas e indígenas, por exemplo) o desenvolvimento de políticas públicas de igualdade de gênero tem muita ou extrema importância.
A representante da ONU Mulheres Brasil, Nadine Gasman, ressalta que a pesquisa é uma marco para a articulação entre gestão municipal e gênero, estabelecendo um inédito indicador de demanda por igualdade entre mulheres e homens nas cidades.
"Passamos a ter dados sobre as percepções de brasileiras e brasileiros sobre as suas condições de vida no contexto das relações de gênero, assim como a indicação sobre o que deve ser feito por prefeitas e prefeitos em áreas fundamentais da vida de uma cidade, tais como trabalho, salário, educação e participação política, agregando as dimensões de raça e etnia às questões de gênero. São informações preciosas e totalmente de acordo com os desafios assumidos pelo governo brasileiro no marco da Agenda de Desenvolvimento Sustentável, com vistas ao enfrentamento das desigualdades de gênero e à eliminação do racismo."
A pesquisa aponta ainda, que 8 em cada 10 mulheres querem cidades mais igualitárias, com isso tendem a cobrar mais reconhecimento e garantia de direitos às novas gestões das prefeituras e legislativos municipais. "A pesquisa indica que prefeitas, prefeitos, vereadoras e vereadores devem olhar com muita atenção as demandas das mulheres, que têm estado à frente de manifestações de rua, ocupações de escolas e são mais de metade da força de trabalho no país," afirma a ONU Mulheres
O levantamento indica também que 81% das mulheres avaliam como muito ou extremamente importe a igualde no mercado de trabalho, em relação a 73% dos homens. A mesma avaliação (81% mulheres e 73% dos homens) consideram o acesso e desenvolvimento da educação e na cultura muito ou extremamente importantes na garantia de igualdade de gênero.
Já 72% das mulheres e 65% dos homens percebem como muito/extremamente importante o desenvolvimento de políticas de incentivo à participação das mulheres em igualdade de condições e oportunidades nos partidos políticos e governos.
Ao todo a pesquisa ouviu 2.002 pessoas acima de 16 anos, em 143 municípios, entre os dias 16 e 20 de fevereiro. O estudo tem margem de erro de 2 pontos percentuais.