Falando à Sputnik Brasil sobre a participação militar brasileira no exterior, o jornalista Pedro Paulo Rezende, especialista em questões de Defesa, afirma:
"O Brasil participa de várias Missões de Paz ao redor do mundo. Há militares brasileiros em Missões de Paz em quase todos os continentes. Se não me engano, só na Ásia é que não há presença militar brasileira, mas até na Oceania temos tropas de paz integrando contingentes da ONU."
Sobre a saída do destacamento brasileiro do Haiti, o especialista comenta que "o Haiti se encontra num momento de estabilidade. O país já começa a ter bases para sair da tutela das Nações Unidas e de prosseguir o seu caminho sozinho".
Quanto ao interesse do Brasil pelo Líbano, Pedro Paulo Rezende diz que ele deve ser atribuído à enorme colônia de origem libanesa existente no país e que esta seria uma excelente oportunidade de o Governo Brasileiro demonstrar sua vontade de ter uma representação de paz em terras libanesas, tanto pela sua situação política quanto pelo fato de esse país assistir ao interminável conflito entre seu vizinho Israel e a organização extremista Hizbollah.
Em relação ao fato de o próprio Presidente Michel Temer possuir ascendência libanesa, Rezende não considera este fato preponderante para o Brasil se habilitar, perante a ONU, a estar militarmente representado naquele país do Oriente Médio, em mais uma Missão de Paz.
Além do Líbano e da República Democrática do Congo, dois outros países, ambos da África, despertam o interesse brasileiro: Libéria e Costa do Marfim. Contíguas ao Brasil pelo Atlântico Sul, Libéria e Costa do Marfim estão hoje sob o comando militar da Nigéria e da França, respectivamente.
Consultado, o Ministério da Defesa, em resposta enviada à Sputnik por sua Assessoria de Comunicação, informa que a decisão vai "aguardar a reunião do Conselho das Nações Unidas prevista para o final do mês de março sobre a Missão de Paz no Haiti".