Segundo diz o jornalista da Counter Punch, que analisa as futuras consequências da política antirrussa dos países ocidentais, o "Ocidente corre o risco de iniciar uma viagem a nenhuma parte". Power assegura que a Rússia não vai mudar significativamente em um futuro próximo.
Além disso, ele destaca que a segunda Guerra Fria ainda não começou, e "os que dizem que sim não conhecem sua história".
Power sugere que o Ocidente deveria manter relações amistosas e construtivas com Putin, já que o país não apresenta uma ameaça militar séria — o Kremlin já não tem como objetivo difundir a antiga ideologia da URSS.
"Hoje, a maior parte dos 'antiputinistas' beligerantes — me estou referindo a Barack Obama, à maior parte das principais mídias do mundo ocidental e à maioria dos líderes da UE, mas não a todos, creem que estão defendendo a 'ordem liberal democrática' encabeçada pelos Estados Unidos. Consideram que a Rússia tem a intenção de debilitá-la. Na opinião deles, se trata de luta da democracia contra o autoritarismo, mas não é assim", assinalou.
Gordon Hahn, analista em questões relacionadas com a Rússia, tem sublinhado várias vezes que no mundo há muitas democracias que não fazem parte da OTAN. E a mais importante delas é a Índia, que tem excelentes relações com o país eslavo e não sente nenhuma ameaça proveniente de lá.
Além disso, as relações entre a Índia e a Rússia vão melhorando constantemente. Existe uma união dos BRICS, que inclui também o Brasil, a África do Sul e a China. Esta organização contribui também para a convergência econômica e o fortalecimento das relações de amizade.
Porém, durante a última visita a Tóquio do presidente russo, Vladimir Putin, onde dialogou com o premiê japonês, Shinzo Abe, as partes conseguiram alcançar um progresso importante neste sentido, ou seja, chegaram a um acordo quanto a atividades econômicas conjuntas no arquipélago.
O colunista admite que a Coreia do Sul é um aliado forte dos Estados Unidos, porém, recentemente Seul tem firmado 20 acordos econômicos com Moscou. Por outro lado, a Coreia do Sul planeja celebrar um acordo de livre comércio com a União Econômica Euroasiática encabeçada pelo país eslavo.
"Não há nenhum sinal de que a Rússia tenha intenção de minar a democracia. A democracia floresce em todo o mundo: em quase todos os países da América Latina, na maioria dos países da África e em grande parte da Ásia. Nenhum destes territórios se queixou de que a Rússia se oponha à ordem liberal democrática deles", frisou.
Power assegura que o Ocidente poderia ter boas relações com a Rússia se os presidentes "Bill Clinton, George Bush e Barack Obama não tivessem sujeitado a Rússia, passo a passo, a uma crescente pressão para expandir a OTAN e faltado à promessa solene de não o fazer".
"O Ocidente deveria abandonar sua paranoia e a ideia de vingança. Isto é contraproducente, não leva a nada", concluiu o jornalista.