Agentes por toda a parte... OTAN acusa comediantes russos de servir ao Kremlin

© Sputnik / Aleksei Druzhinin / Acessar o banco de imagensO presidente russo, Vladimir Putin, aparece no palvo durante um dos concursos do KVN
O presidente russo, Vladimir Putin, aparece no palvo durante um dos concursos do KVN - Sputnik Brasil
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Todo o país tem seu próprio Diogo Portugal ou Bruno Motta. Normalmente, humoristas trabalham para entreter as pessoas. Porém, na opinião da OTAN, comediantes russos n’ao fazem nada além... de ajudar o Kremlin, fazendo propaganda entre a população.

O Centro de Comunicações Estratégicas da OTAN, Stratcom, lançou um novo estudo chamado de "Stratcom rindo. Em busca de uma base analítica" e se referiu a um dos mais populares programas humorísticos russos como uma "ferramenta de comunicação política e estratégica".

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O programa em questão se chama KVN (sigla em russo que significa Clube dos Divertidos e Engenhosos) e tem uma história de longa data. O programa foi lançado ainda na época da URSS, em 1961, e desde então atrai jovens criativos e talentosos, sendo que a competição se desenvolve entre os representantes de várias universidades de toda a Rússia, bem como de países estrangeiros, na maioria, das ex-repúblicas soviéticas.

O KVN é marcado pela sátira cotidiana e política. Por exemplo, os participantes do concurso, muitas vezes, imitaram o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o premiê do país, Dmitry Medvedev, e políticos do Ocidente. Mas que isso, o líder russo confessou inúmeras vezes que é fã do programa e às vezes assiste na plateia ao show, que é transmitido ao vivo, embora o conteúdo das piadas dos comediantes possa ser mais que satírico.

O estudo ocidental foi encomendado pelo Ministério da Defesa letão e se baseia nas apresentações de uma das equipes do KVN mais eminentes que representa o Instituto de Relações Internacionais de Moscou (parte do Ministério das relações Exteriores russo) e muitas vezes aproveita os acontecimentos políticos para suas piadas.

"O KVN pode ser descrito como um produto comercial e um modelo de negócios. Esta inicialização foi possível e está crescendo já que o proprietário da marca tem boas relações com o Kremlin", diz-se no relatório publicano na quarta-feira (15).

Vale ressaltar que o programa foi lançado há cerca de 40 anos, antes da chegada da atual administração russa, e sempre foi satírica em relação ao poder, tanto interno como externo.

A representante oficial da chancelaria russa, Maria Zakharova, escreveu em sua conta do Facebook que não ficaria surpreendida se, mergulhando em tal tipo de analítica, os autores da pesquisa logo chamassem os comediantes mais populares russos de "minadores [da estabilidade] informática e estratégica".

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Os autores da pesquisa afirmam que graças à "máquina do KVN", o Kremlin tem "acesso ao público específico e estratégico disposto a servir ao regime". Tal conclusão parece mais do que ambígua, já que o KVN é popular entre as vastas camadas da população, mas em maioria entre os jovens que participam do mesmo, criam clubes nas universidades e organizam concursos internacionais.

Entre os patrocinadores do centro Stratcom estão presentes países tais como Estônia, Itália, Polônia, Alemanha, Lituânia e Reino Unido, sendo que Finlândia, EUA e Holanda também "prestam assistência" ao centro.

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