A iniciativa provocou uma forte reação nas redes sociais, dividindo as opiniões no país.
A ativista de direitos humanas, Bushra al Abidi, disse à Sputnik que não há necessidade de adotar novas leis sobre o tema, pois o artigo 188 da constituição de 1959 garante o direito à poligamia. Se um homem pode arcar, financeiramente, com uma segunda esposa, e desde que a primeira esposa não seja contra, não há problemas para consumar esse tipo de matrimônio.
"Quanto à medida em si, que contempla um incentivo financeiro, isso parece muito com comércio de escravos. Uma mulher só aceitaria esse tipo de casamento por necessidade e isso fere a dignidade humana. É preciso solucionar as causas do problemas. Ou seja, é preciso dar às mulheres as oportunidades para ganhar a vida, para que elas não precisem se casar por necessidade financeira", afirmou Bushra al Abidi.
Segundo a ativista, o projeto de lei é eleitoreiro e nunca será aprovado na realidade.
Já o ex-diretor do departamento de atenção à família e crianças da Universidade Árabe, Abla Ibrahim, disse à Sputnik que projetos de lei e iniciativas semelhantes são comuns durante longos períodos de guerra. "Propostas semelhantes já surgiram na Europa, durante a Segunda Guerra Mundial", explicou o acadêmico.