A Sputnik apresenta os principais desenvolvimentos de 2016 na Síria e em outros países do Oriente Médio e Ásia, mergulhados em grandes conflitos.
Síria
O primeiro grande êxito de 2016 na Síria foi o cessar-fogo anunciado a 27 de fevereiro. Este não abrangia grupos radicais como Daesh e Frente al-Nusra.
Em 15 de março a Rússia começou a retirada da maior parte do seu contingente na Síria, explicando que a aviação russa já havia contribuído para o avanço do exército sírio contra os terroristas.
A batalha por Palmira foi considerada um dos momentos cruciais da guerra na Síria, porque devia abrir o caminho para a libertação do maior baluarte do Daesh na Síria – Raqqa. O exército sírio anunciou a libertação oficial de Palmira em 27 de março. A desminagem da cidade pelos sapadores russos terminou em 20 de maio. Entretanto, mais tarde, em 11 de dezembro tornou-se público que, depois de se reagruparem, os militantes do Daesh conseguiram mais uma vez entrar na cidade e capturar alguns bairros e a parte histórica da cidade. As tropas sírias continuam atualmente os combates na tentativa de retomar Palmira de novo.
A situação em Aleppo, capturada pelos terroristas em 2012, agravou-se no fim no ano em curso. Entretanto, graças a uma ofensiva intensa das tropas governamentais sírias e ao apoio da Força Aeroespacial russa, depois de três meses de combates violentos, uso de armas químicas e da oposição dos países ocidentais, a cidade foi libertada. Em 16 de dezembro, o Centro para a Reconciliação na Síria russo informou sobre o fim da operação de libertação de Aleppo e do começo da retirada de Aleppo Oriental dos militantes e suas famílias, bem como da evacuação dos civis. Segundo os últimos dados, da cidade já foram evacuadas mais de 37 mil pessoas.
Iraque
O Iraque iniciou o ano de 2016 dominado pelo terrorismo. Execuções públicas de civis pelo Daesh e ataques químicos nas ruas de cidades iraquianas era uma coisa habitual. Mais de 90 mil quilômetros quadrados do território iraquiano estava sob o controle do Daesh.
Em fevereiro, o primeiro-ministro do Iraque, Haider Al-Abadi, declarou que o exército iraquiano iria fazer os possíveis para que 2016 fosse o último ano do Daesh no país.
No fim de junho foi libertada a cidade de Fallujah, que fica a 53 km a oeste de Bagdá. Ela era controlada pelo Daesh desde 2014. A ofensiva das tropas iraquianas durou mais de um mês.
A principal operação realizada no Iraque neste ano é a libertação da cidade de Mossul, tomada pelo Daesh em 2014. A ofensiva foi iniciada em 16 de outubro. O maior obstáculo à libertação da cidade é o fato de que o Daesh usa os residentes de Mossul como escudo humano. Já passaram mais de dois meses desde o início da operação e as forças iraquianas já controlam a maior parte da cidade. Em recente entrevista à Sputnik, o ministro das Relações Exteriores iraquiano, Ibrahim Al-Jaafari, disse que o Iraque não tem pressa de libertar Mossul porque o seu objetivo não é somente expulsar os terroristas da cidade, mas salvar as vidas dos civis, que podem sofrer durante a intensa ofensiva. O primeiro-ministro iraquiano prometeu que o Iraque derrotará o Daesh nos próximos três meses.
Iêmen
O ano de 2016 começou para o Iêmen com o fim do cessar-fogo. Em fevereiro, a ONU disse que no país existe uma situação de catástrofe humanitária, que se agravou pelo fato de as partes beligerantes criarem obstáculos ao fornecimento de ajuda humanitária para a população civil do país. Ao mesmo tempo, foram prolongadas as sanções internacionais contra os líderes de partes que se enfrentam no país, inclusive o embargo de armas. Em março, a mídia informou sobre o começo das negociações secretas entre houthis e representantes sauditas. Um novo cessar-fogo foi acordado a 11 de abril. Entretanto, as tréguas no Iêmen não duram muito porque as partes as violam e recomeçam-se as hostilidades.
Mais uma tentativa de cessar-fogo foi anunciada em novembro, mas fracassou três dias depois.
No fim de dezembro, as autoridades iemenitas concordaram com o plano de paz proposto pela ONU. Segundo este plano, os houthis devem abandonar as posições tomadas e deixar as armas, após o que o processo político pode iniciar-se.
Afeganistão
O ano de 2016, como sempre, foi marcado no Afeganistão por uma série de atentados organizados pelo grupo radical Talibã. O grupo terrorista Daesh espalhou-se para os países da Ásia Central, embora a sua influência não tivesse atingido um nível que criasse uma ameaça real.
Entretanto, as autoridades afegãs fizeram tentativas de regularizar o conflito por meio de negociações. Em abril tornou-se público que se iniciaram negociações entre talibãs e autoridades afegãs, mas que ainda não levaram a quaisquer resultados.
Ao mesmo tempo, foi morto o líder do Talibã Akhtar Mansour, o seu lugar passou a ser ocupado por Mullah Haibatullah Akhunzada.
Em julho, um grande atentado sacudiu a capital afegã. O ato terrorista atingiu uma manifestação pacífica contra um projeto de linhas elétricas. Morreram mais de 80 pessoas. O Daesh assumiu a responsabilidade.
O grupo terrorista também conseguiu lançar uma grande ofensiva contra a parte central do Afeganistão em outubro. A situação até hoje permanece tensa. No início de dezembro, o presidente norte-americano Barack Obama até afirmou que os EUA não são capazes de liquidar o Talibã.