Não havia tal frequência de desfiles desde os anos cinquenta, acrescenta à Sputnik China o analista militar Vasily Kashin.
"Nos anos oitenta, as autoridades chinesas tomaram a decisão de realizar desfiles só uma vez em cada 10 anos, para comemorar a formação da China, mas ele não foi realizado em 1989 (devido às manifestações em massa no país)", informou Kashin.
Após isso, os desfiles foram realizados em 1999 e 2009, marcando verdadeiras épocas no desenvolvimento da capacidade militar da China. O desfile seguinte estava planejado ser realizado em 2019.
"Tais passos têm um significado ideológica e politicamente importante. O desfile da Vitória de 2015 foi um resultado da nova tendência na atitude do governo da China perante a Segunda Guerra Mundial, que começou sendo considerada como o acontecimento central que desempenhou um papel muito importante na formação da renovada nação chinesa. A China começou citando as lições daquela guerra com mais frequência", explicou Kashin.
Essa alteração da atitude perante a Segunda Guerra Mundial, e o papel da China naquela guerra, coincidiu com a deterioração das relações entre a China e o seu rival daquela guerra – o Japão, frisou o analista. Mas as razões da mudança de atitude não foram só por causa das contradições sino-japonesas. A China está enfrentando desafios e o governo chinês tenta preparar o país para eles lembrando os casos heroicos da sua história.
O antigo discurso de criação de condições para o desenvolvimento econômico, minimização de gastos militares e recusa da liderança no palco global se tornou completamente uma coisa do passado. A nova linha política é aplicada gradualmente, em várias etapas, mas é possível que vejamos em breve desfiles anuais em Pequim.