Esta semana, a situação se agravou, pois uma moradora sofreu uma picada, sendo a primeira vítima registrada.
Em entrevista exclusiva para a Sputnik Brasil, a presidente da Associação de Moradores do Condomínio, a publicitária e consultora em língua inglesa, Lorene Scheidt explicou que o problema teve início após um grande incêndio que atingiu a área rural que fica ao redor do condomínio, o que fez com que vários ratos silvestres invadissem o local, um dos principais alimentos das cobras, que por sua vez migraram para a área das casas atrás de comida.
"O drama é verdadeiro. É um ciclo. Nós tivemos um incêndio de grandes proporções em julho do ano passado e os animais silvestres que habitavam as fazendas, pois nós moramos na divisa com a área rural, se deslocaram e tivemos uma infestação muito grande de ratos silvestres. Eles se alimentam de grãos, mas tem a maioria das doenças que o rato urbano tem. Em decorrência disso as cobras vieram atrás de comida e vieram para cá, porque não tinha comida fora, pois o incêndio foi muito grande e destruiu tudo."
Lorene explicou que a situação é preocupante, pois quase todos os dias são encontradas serpentes no condomínio e que vem contando com a ajuda de autoridades públicas para amenizar o problema. "Como a incidência é muito grande, nós trabalhamos em conjunto com o poder público, pois não temos poder para fazer absolutamente nada. Trabalhamos em conjunto com o Instituto Butantã, a Prefeitura, Vigilância Sanitária, a Zoonoses, o Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (DPBEA) da Prefeitura e tudo dentro da lei que eles nos ensinam para fazer, nós estamos fazendo."
A publicitária revela que não tem para onde correr ou resolver em definitivo por hora a situação devido aos estragos feitos pelo incêndio onde viviam os animais. Os próprios moradores quase sempre são obrigados a se arriscar para capturar as cobras até os especialistas chegaram devido a grande quantidade de serpentes. Lorene informou que para evitar muitos riscos 8 seguranças do condomínio foram treinados para recolher os animais.
"Eles (as autoridades) não gostariam que nós capturássemos as cobras, mas como a incidência é quase que diária, nós temos que recolher as cobras e eles vem buscar. Nós treinamos oito seguranças para fazer isso. Eles são equipados, com tornozeleiras, ganchos, temos o recipiente onde guarda o animal também. Nós capturamos e o DPBEA vem retirar e eles soltam em um habitat dele para não aumentar o desequilíbrio ambiental, porque o desequilíbrio cresceu rápido e já trouxe as cobras."
Sem ter muito o que fazer, Lorene Scheidt diz que só resta aos moradores se adequarem a situação, se prevenindo como podem. "É fazer com que o morador tenha ciência do que ele pode fazer para evitar. Não podemos ter entulhos no quintal, não podemos deixar ração de cachorro a mostra, porque o rato vem comer e daí a cobra vem atrás do rato. É bem cíclica a coisa."