Isto foi comunicado pela agência de notícias iraniana Tasnim com referência a um comunicado oficial da chancelaria do país.
Particularmente, o Ministério das Relações Exteriores iraniano indica que as respetivas empresas estiveram envolvidas em "crimes de uma entidade sionista", bem como em "apoio ao terrorismo e participação na opressão dos povos da região". A lista completa das empresas sujeitas a medidas punitivas foi publicada no site oficial da chancelaria iraniana.
As sanções de Teerã são uma resposta às recentes medidas restritivas por parte de Washington em relação à República Iraniana, impostas em 24 de março de 2017.
O comunicado da chancelaria do Irã diz que "são proibidas quaisquer transações com estas empresas, seus bens no âmbito da jurisdição da República Islâmica do Irã serão arrestados, enquanto os funcionários destas empresas ou pessoas ligadas a elas não serão autorizados a entrar no Irã".
Os especialistas entrevistados pela Sputnik Persa acreditam que Teerã tem todo o direito de empreender tais medidas, já que se trata dos interesses nacionais do país.
"As medidas restritivas por parte do Irã contra os EUA são um precedente real, pela primeira vez na história Teerã reagiu de forma tão dura", explicou o cientista político iraniano e especialista em assuntos do Médio Oriente, ex-editor executivo da maior agência iraniana MehrNews, Hassan Hanizadeh.
"Tomando em conta as recentes sanções impostas pelo presidente americano contra o Irã, ele, pela primeira vez na história, tomou medidas preventivas: introduziu sanções contra 15 empresas americanas e pessoas físicas ligadas a elas. Estas empresas ajudaram a política propagandista israelense que visava oprimir o povo palestino, bem como foram apanhados a ajudar terroristas no Iraque, Síria e Iêmen. Na verdade, o Irã tem muitos, digamos, ‘trunfos' para opor resistência às sanções dos EUA", continuou.
O especialista destacou que é preciso lembrar que o presidente americano pôs em questão o acordo nuclear iraniano e manifestou-se contra o Plano de Ação Conjunto Global ao longo dos últimos meses. Por isso, o Irã agora pode criar condições completamente diferentes para o "diálogo" com os EUA, inclusive aumentar a lista das empresas sujeitas às sanções.
"Um fator importante nesta relação é a visita do presidente iraniano Hassan Rouhani a Moscou e seu encontro com o líder russo. As consultas entre o presidente iraniano e as autoridades russas sobre as sanções dos EUA e da UE contra a Rússia e o Irã podem se tornar em um bom fundamento para formar um bloco político de resistência às medidas restritivas e Donald Trump e vários países da UE", afirmou Hanizadeh.
Outra especialista, a jurista e professora de direito internacional da Universidade de Teerã Payam-e Nur, Maryam Jalalvand, acredita que o Irã tem todo o direito de efetuar tais medidas de resposta:
"As sanções atuais por parte do Irã são medidas de resposta às ações dos EUA, precisamente a suas recentes sanções contra o potencial de mísseis iraniano. Estas medidas não estão diretamente ligadas ao acordo nuclear. Com tais ações anormais e sanções, o presidente americano Donald Trump simplesmente tenta testar o Irã. Mais cedo, o Irã advertiu repetidas vezes que os testes de mísseis tinham apenas um objetivo — a contenção, já que o Irã tem pleno e legítimo direito à autodefesa. E as recentes sanções dos EUA contra uma série de pessoas jurídicas e físicas, na opinião do Irã, são completamente fabricadas, injustificadas, inaceitáveis, indo contra o direito internacional e o espírito do o Plano de Ação Conjunto Global", ressaltou.