"Certamente a longa e lenta retomada de Mossul frustrou os generais dos EUA, e eu acho que essa frustração está refletida em ataques e uso de força, que prejudica os civis e terminará destruindo Mossul", disse Kwiatkowski nesta terça-feira.
Kwiatkowski expressou ceticismo de que as tropas adicionais terão qualquer impacto positivo na campanha da coalizão militar liderada pelos EUA.
Segundo a interlocutora da Sputnik, a cidade de Mossul foi praticamente destruída. Todos os serviços urbanos foram interrompidos, grande parte da população foi deslocada, e o manejo da crise de refugiados ao redor da cidade não foi planejada pelo exército iraquiano, nem pelos EUA, nem pela ONU.
"Essa é a segunda maior cidade do Iraque e uma região produtora de petróleo, que vem sido basicamente desocupada…e se tornou em uma tabula rasa a ser preenchida. Se a política externa dos EUA for mantida em sua direção atual, a reconstrução da cidade será mais um objeto de envolvimento e gastos militares norte-americanos", disse a entrevistada.
"Estou preocupada com o que está acontecendo: acho que a destruição de Mossul e a falta de cuidado com seus ex-residentes, agora espalhados aos quatro ventos, indicam que os EUA e seus aliados pretendem refazer Mossul, transformar ela em uma cidade-empresa, por assim dizer", alertou a ex-militar.
Kwiatkowski concluiu que o envio das tropas desta semana provavelmente busou o objetivo imediato de fornecer suporte mais qualificado ao ataques aéreos dos EUA em Mossul, bem como melhorar a imagem com a mídia, após uma série de bombardeios com um número significativo de vítimas civis.