Como é que defesa antimíssil dos EUA ameaça todo o mundo?

© Foto / US Missile Defense AgencySistema da defesa antimíssil THAAD
Sistema da defesa antimíssil THAAD - Sputnik Brasil
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Militares russos apontam as ameaças que o sistema de defesa antimíssil norte-americano encerra.

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Ministério da Defesa russo: sistema de DAM dos EUA provoca corrida aos armamentos
Segundo o representante do Estado-Maior russo Vitor Poznikhir, as iniciativas de Washington não só estimulam a corrida aos armamentos mas ameaçam a segurança dos satélites espaciais. 

Os EUA estão criando o seu sistema de defesa antimíssil (DAM) durante mais de 10 anos. Moscou tem repetidamente afirmado que tais iniciativas minam a estabilidade estratégica. 

A administração de Donald Trump confirmou que vai continuar a desenvolver o seu sistema de DAM. Washington acrescenta que Irã e Coreia do Norte são os países que representam a maior ameaça para os EUA.

Perigo para o espaço 

Segundo Poznikhir, os outros países têm que aumentar seus gastos militares em resposta ao deslocamento do sistema de DAM dos EUA. 

"O reforço do potencial do sistema de DAM norte-americano estimula a corrida aos armamentos, primeiramente estratégicos, forçando outros países a tomarem medidas de resposta militares e técnico-militares", comunicou Poznikhir durante uma conferência de desarmamento em Genebra. 

Segundo o Estado-Maior russo, o sistema de DAM norte-americano é capaz de destruir quase todos os satélites que voam em órbitas baixas.  Entretanto, segundo ele, isso ameaça todos os países porque os navios equipados com elementos de DAM se deslocam por todo o mundo. 

Ameaça para a Rússia

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O general russo acrescentou que Rússia deve tomar medidas adequadas de resposta mas "o mundo não se tornará mais seguro". Os militares afirmam que até 2022 os EUA terão mais de mil mísseis disponíveis. 

"Tal quantidade de armas representa uma ameaça séria para o potencial de dissuasão russo, tomando em conta os trabalhos continuados de modernização dos sistemas antimísseis", acrescentou Poznikhir. 

O representante do Estado-Maior acrescentou também que agora os radares dos sistemas norte-americanos de alerta de ataque nuclear "cobrem" todas as trajetórias de voo dos mísseis balísticos russos. 

"Estas estações são capazes de acompanhar o voo das ogivas dos mísseis balísticos intercontinentais e mísseis balísticos de submarinos e utilizar os dados para dar indicações aos radares dos sistemas de intercepção", acrescentou ele. 

Já hoje em dia tais sistemas podem interceptar mísseis balísticos russos e chineses, representando uma ameaça para Moscou e Pequim. 

Desproporcional às ameaças 

Vitor Poznikhir adiantou que o atual sistema norte-americano não é "proporcional às ameaças existentes hoje em dia". 

"Milhares de mísseis interceptores contra vários mísseis com capacidades limitadas do Irã e da Coreia do Norte – é muito", frisou ele. 

O general acrescentou que os norte-americanos não apresentaram argumentos a Moscou que justificassem um tal reforço do sistema de DAM.

Segundo ele, os militares russos de vários níveis chamaram a atenção dos EUA para o "perigo que o sistema global de DAM representa para o equilíbrio estratégico de forças no mundo". 

Particularmente a Rússia propôs realizar uma análise conjunta dos riscos e ameaças, para perceber qual o sistema de DAM que seria mais adequado e não levaria a uma nova onda da corrida armamentista.

Moscou também propôs criar um sistema de DAM conjunto na Europa. Mas todas as iniciativas foram rejeitadas. 

Jogo perigoso

Andrei Golovatyuk, membro da organização Oficiais da Rússia, acrescentou que Moscou tem razões para recear o sistema de DAM norte-americano na Europa. 

"Como se lembram, a história se iniciou quando os norte-americanos começaram a reforçar seus sistemas de DAM na Romênia e na Polônia sob pretexto da ameaça nuclear iraniana. E mesmo quando a questão das armas nucleares iranianas foi resolvida eles continuam deslocando seus mísseis", frisou ele, acrescentando que os mísseis norte-americanos Tomahawk podem atingir o território russo em apenas uma hora.

Tudo isso faz suspeitar que o verdadeiro alvo dos mísseis dos EUA não será o Irã, mas outro país.  Golovatyuk acrescentou que os militares russos estão monitorando permanentemente a situação. 

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