"O impacto da Operação Carne Fraca para nós, pecuaristas, foi o pior e o mais intenso possível. Todos nós, tanto os criadores de gado quanto as empresas donas de frigoríficos, sabemos dos cuidados que temos de observar para que a população brasileira e mundial consuma, em total segurança, a carne do gado nacional. Mas o estrago foi feito e a situação só começou a melhorar depois que o próprio governo entrou em ação, com o Presidente Michel Temer e o Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que nós conhecemos bem pela sua competência e honestidade, tranquilizando os mercados nacional e internacional. Eu digo o mesmo que o governo e os empresários da carne vêm afirmando desde a deflagração da Operação Carne Fraca: a carne brasileira é excelente, é muito bem cuidada e pode ser consumida em total segurança."
Quanto à linha de crédito anunciada pelo Banco do Brasil, no valor de 1 bilhão de reais, ela foi oferecida pela instituição para cobrir os prejuízos dos pecuaristas com a desvalorização do preço da arroba do boi gordo no mercado do Estado de São Paulo. Antes da Operação Carne Fraca, ela estava cotada a R$ 150 e, depois, caiu para R$ 130 e R$ 135, segundo o Dr. Luíz Alberto. Na terça-feira, 28, o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) constatou que a arroba, no mercado do estado de São Paulo, uma importante referência nacional, foi negociada a R$ 140,98, o menor nível desde 18 de agosto de 2015.
No entanto, o presidente da ABC acredita que os pecuaristas não precisarão ir ao Banco do Brasil buscar esse dinheiro.
"A situação está melhorando e os pecuaristas têm condições de, com sua experiência na administração dos negócios do gado, recuperar os prejuízos pelos seus próprios meios", afirmou.
Além do crédito oferecido, o Banco do Brasil, visto como o maior financiador do agronegócio do país, ofereceu também a repactuação das operações de custeio para os criadores de bovinos que estejam em dificuldades. Em nota oficial, a instituição informou que tem como objetivo "apoiar os produtores rurais pecuaristas que possam apresentar dificuldade momentânea para comercializar sua produção".
Pecuaristas que tomarem empréstimos no Banco do Brasil, dentro desta linha de crédito, terão prazo de até dois anos para pagamento, com taxas de juros variando de 9,9% a 12,75% ao ano. Ainda de acordo com a instituição, "o Banco do Brasil oferecerá a seus clientes pecuaristas a possibilidade de prorrogar, por um ano, operações de custeio e investimento com vencimento entre março e junho deste ano".