A nova estrutura juntou todas as unidades de defesa antimíssil que existiam naquela altura. Essas forças deviam defender as instalações industriais e militares mais importantes da União Soviética de um potencial ataque com mísseis balísticos intercontinentais dos EUA.
Os esforços conjuntos de cientistas e construtores permitiram a criação do sistema de defesa antimíssil A-135, que até hoje permanece ativo e protegendo a capital da Rússia. Mas este sistema foi antecedido por décadas de trabalho difícil, de experimentos e de erros.
Os primeiros êxitos
Já no dia 1 de fevereiro de 1956, a comunidade cientifica soviética apresentou dois projetos: um – do sistema zonal antimíssil Barier, elaborado pelo laboratório radiotécnico da Academia de Ciências da União Soviética sob direção de Aleksandr Mints, e outro – o Sistema-A do chefe da seção 31 do gabinete de projetos número 1, Grigory Kisunko. Foi precisamente o segundo projeto que foi realizado com êxito.
Em 17 de agosto do mesmo ano, foi publicada uma resolução sobre a criação de um sistema experimental de defesa antimíssil, e do campo de treinamento correspondente, no sudeste do Cazaquistão. Mais tarde, este campo recebeu o nome de polígono de Sary-Shagan (em homenagem à cidade mais próxima). Os militares russos têm usado este campo até hoje.
A tecnologia elaborada no projeto do Sistema-A foi usada na instalação do sistema de defesa antimíssil A-35 instalado em torno de Moscou em 1 de setembro de 1971. O A-35 naquela altura era capaz de defender uma área de 400 km quadrados.
O mecanismo de defesa
O especialista militar Mikhail Khodarenok explicou à Sputnik que a modernização do A-135 estava ligada principalmente à diminuição do seu tamanho. Anteriormente, os aparelhos do sistema ocupavam uma grande sala, mas agora a sala está quase vazia.
O sistema pode detectar um míssil balístico intercontinental já a uma distância de 3.700 km e transferir a informação para um computador central, que analisa os dados e dá ordens aos sistemas de lançamento.
"A particularidade do A-135 é que o sistema é completamente automático", explicou Khodarenok, dizendo que mesmo um homem com uma reação muito rápida não pode fazer nada em caso de ataque.
A capacidade de manobrar
O sistema А-135 é complexo e eficaz, mas também se pode tornar obsoleto. Mas um novo sistema que o pode substituir já está realizando testes.
"No futuro, o sistema A-135 será substituído pelo A-235 Nudol. Mas a maioria das informações sobre a questão são segredo militar […] Foi mesmo comunicado que o sistema será capaz de abater satélites em órbita", disse Mikhail Khodarenok.
Segundo o vice-ministro da Defesa da Rússia, o primeiro protótipo do sistema A-235 será produzido até 2020.
Agora apenas o sistema russo S-400 é capaz de lidar com mísseis balísticos intercontinentais. O vice-ministro da Defesa da Rússia disse que o S-500 terá vantagens sobre o seu antecessor e o análogo americano Patriot PAC-3.