A utilização de plataformas de lançamento para a implantação de mísseis de cruzeiro Tomahawk é uma violação direta das obrigações do Tratado de Liquidação de Mísseis de Médio e Longo Alcance, alertou o chefe adjunto da Direção de Operações do Estado-Maior russo, Viktor Poznikhin.
Como pode a Rússia se defender dessa ameaça e qual o seu potencial?
As instalações universais de lançamento vertical estão a bordo dos navios norte-americanos desde os anos 80, explica Andrei Frolov, pesquisador do Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias e editor chefe da revista Exportação de Armas, citado pela edição Svobodnaya Pressa.
A combinação de mísseis subsônicos Tomahawk e de mísseis terra-ar Standart pode variar amplamente, e ninguém, exceto a tripulação e o comandante do navio, conhece sua composição exata. Portanto, não é uma nova ameaça para a Rússia, está sendo discutida já por 10 anos, no mínimo, enfatiza Frolov.
"Por exemplo, se um cruzador ou destróier americano entra no Mar Báltico e se aproxima de nossas fronteiras, mesmo os antimísseis são uma ameaça para nós. Quanto aos Tomahawks, com eles, os americanos podem realizar um ataque preventivo de precisão contra a nossa infraestrutura ou nossas armas ofensivas estratégicas. E estamos falando de um ataque a uma distância muito curta, que é difícil de impedir", sublinha o especialista.
Moscou acusa Washington de manter o lançador fechado, podendo este teoricamente albergar mísseis de cruzeiro, variantes do Tomahawk, capazes de atingir alvos do Mar Negro e Mar Báltico, bem como a Crimeia e São Petersburgo. Por sua vez, os norte-americanos dizem que as suspeitas são infundadas, destaca o especialista.
A única opção da Rússia para combater as ações da OTAN é desenvolver as suas próprias Forças Armadas e instalar mísseis costeiros antinavio, considera Frolov. "Neste sentido, a localização de Kaliningrado e a Crimeia são uma vantagem para nós. Da Crimeia é possível alcançar toda a superfície do Mar Negro, onde os norte-americanos são obrigados a cumprir a Convenção de Montreux de 1936, em virtude da qual não podem ter navios de guerra na área".