Entretanto, o professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Vipin Narang, afirmou durante a recente Conferência Internacional sobre Políticas Nucleares da Carnegie, em Washington, que a postura defensiva duradoura de Nova Deli em relação ao uso de armas nucleares poderia estar chegando ao fim, deixando lugar a uma nova mentalidade "preventiva", segundo comunica a edição Business Insider.
Confirmando estas teorias, o general Ehsan ul Haq, ex-presidente do Comitê de Chefes de Estado-Maior paquistanês, assegurou que a Índia estaria reconsiderando sua postura nuclear, o que, na opinião dele, é apenas a última de uma série de ações cada vez mais provocadoras contra o Paquistão.
Entre estas se pode incluir o discurso do ex-ministro da Defesa indiano, Manohar Parrikar, feito em novembro de 2016, no qual ele questionou o sentido da política de "não ser o primeiro a usar", a saída de Nova Deli da Cúpula Saarc (conferência anual assistida pelos países-membros, isto é, Afeganistão, Bangladesh, Butão, Índia, Nepal, Maldivas, Paquistão e Sri Lanka), o aumento da histeria militar no país, as tentativas de isolar Islamabad por via diplomática e o aumento visível das tensões fronteiriças.
Naeem Salik, ex-funcionário da Divisão de Planejamento Estratégico do governo paquistanês, declarou que as sugestões da Índia para passar da "[postura] passiva [de "não ser o primeiro a usar"] para os ataques preventivos incapacitantes" criou uma atmosfera de medo entre os estrategistas paquistaneses.
"Temos de estudar não apenas o nosso lado do jogo, mas também vigiar o que está se passando no outro lado para aprendermos algo com isso e reformarmos também os nossos próprios processos", revelou Salik.
Em suas memórias, Menon escreveu que "há uma potencial área cinzenta quanto à possibilidade de a Índia ser a primeira a usar armas nucleares" contra um inimigo armado com as mesmas armas, alegadamente o Paquistão.
"Isso é muito assustador, já que todo esse negócio da 'instabilidade do primeiro ataque' é real", adiantou.