As observações do presidente americano foram manifestadas após o governo de Israel ter dado luz verde à construção de um novo assentamento na Cisjordânia ocupada pelos israelenses pela primeira vez em mais de duas décadas.
Além disso, Jerusalém aprovou a expansão futura da construção de assentamentos por Israel a despeito da exigência anterior de Donald Trump para que suspendesse tais atividades.
De acordo com a decisão do governo israelense, por volta de 2 mil moradias serão construídas na área Shiloh da Cisjordânia, sendo que lá serão alojados os residentes do posto avançado de Amon evacuados anteriormente do posto ilegal de Amona.
Jerusalém, por sua vez, se apressou a afirmar que não aderiria à resolução, que foi qualificada como "vergonhosa" pelo premiê israelense, Benjamin Netanyahu.
"A adoção do documento complicou as relações entre Israel e a anterior administração dos EUA, que recusou bloqueá-la, enquanto o então presidente eleito dos EUA, Donald Trump, manifestou sua prontidão para normalizar os laços com Israel prometendo seu pleno apoio", adiantou Ardayev, analisando a retrospectiva das relações americano-israelenses nos últimos anos.
Durante a visita de Netanyahu aos EUA que se deu em fevereiro do ano corrente, Trump prometeu que ele concluiria um "grande acordo de paz" entre Israel e Palestina, o que descongelaria as conversações bilaterais paralisadas desde 2014.
Ao mesmo tempo, Trump apelou a ambas as partes para manifestar moderação, pedindo A Netanyahu para "desacelerar um pouco" na construção de novos assentamentos, que Trump afirmou não considerar como "um bom fenômeno para o mundo", observa o especialista.
Ao mesmo tempo, o funcionário afirmou que "Netanyahu também estava planejando adotar novas políticas em relação aos assentamentos daqui por diante, sendo que estas tomariam em conta as preocupações de Trump", informa o Haaretz.
Israel, por sua vez, continua recusando cumprir a resolução do Conselho de Segurança da ONU, tendo sua postura já provocado um largo protesto popular por todo o Oriente Médio.
O porta-voz do movimento palestino Hamas, Usama Hamdan, por sua vez, afirmou ao jornal russo Izvestia que "a agressividade das ações de Israel tem aumentado significativamente" nos últimos meses.
"Provavelmente, sentindo o apoio por parte do novo presidente americano, as autoridades israelenses acreditam que eles podem dar quaisquer passos sem recear a reação da comunidade internacional, que está ocupada demais com outros problemas na região. Por isso é que Israel está brincando com o fogo, já que a paciência palestina tem seu limite, podendo terminar no momento mais imprevisível e então as pessoas já começarão a se defender", partilhou Hamdan.
O porta-voz do secretário-geral da ONU António Guterres afirmou, por sua vez, que o chefe das Nações Unidas expressou sua "decepção e inquietação" com a recente decisão israelense de construção de assentamentos, informa Al Jazeera.
"Ele [Guterres] condena todas as ações unilaterais, como esta, que ameacem a paz e minem a solução ‘de dois Estados'", comunicou.