Em uma entrevista à Sputnik Polônia, o especialista afirmou que Varsóvia continua fechando os olhos ao ressurgimento do nacionalismo e chauvinismo ucranianos que se manifestaram de modo evidente no bombardeamento do Consulado polonês em Lutsk.
#RPG-22 details found near #shelled #Polish consulate in #Lutskhttps://t.co/wFIHY1cZYf pic.twitter.com/d3NlGEfhzp
— 112 News (@112NewsFeed) 29 de março de 2017
Ele chamou a reação das autoridades polonesas ao bombardeamento de um "estado de senilidade impotente".
Na quarta-feira (29), atacantes não identificados bombardearam o Consulado Geral polonês em Lutsk com um lança-granadas. O incidente não provocou vítimas, mas o edifício ficou danificado, segundo comunicou a missão diplomática polonesa.
The building of the #Polish #Consulate in #Lutsk Western #Ukraine got damaged as unknown persons shelled the building last night. pic.twitter.com/ufgHD7ZZnv
— Maurice Schleepen (@MauriceSchleepe) 29 de março de 2017
Comentando o assunto, Pietka relembrou que em 16 de março uma série dos maiores grupos nacionalistas ucranianos, tais como Liberdade, Congresso de Nacionalistas Ucranianos e Setor de Direita, adotaram o assim chamado Manifesto Nacional.
O documento fala, particularmente, da intenção de derrubar as atuais autoridades ucranianas, de Kiev dever ter acesso a armas nucleares, bem como da criação da União do Báltico e Mar Negro.
"Isto foi negligenciado pelas autoridades polonesas, que classificam imediatamente todos os incidentes negativos, especialmente na Ucrânia ocidental, de provocações russas", disse Pietka.
"Estas pessoas não querem prestar atenção à natureza antipolonesa do nacionalismo e chauvinismo ucranianos, que se desenvolveu e ganhou força após o golpe de Maidan na Ucrânia. Eles não veem que os processos seguem em uma direção muito perigosa, já que Kiev não controla a situação política, não só na Ucrânia ocidental, mas em todo o país", partilhou Pietka.
Ele também frisou o fato dos nacionalistas ucranianos estarem dispostos a formar uma aliança geopolítica entre a Ucrânia, a Polônia, os países do Báltico e a Bielorrússia, na qual Kiev seria a força principal.
Nesse respeito, ele se referiu a uma série recente de incidentes por toda a Ucrânia, inclusive um em Kiev, no qual foi profanado um cemitério militar polonês. Em outro incidente, foi atacada a Embaixada da Polônia, com a instalação de um retrato enorme de Bandera, líder nacionalista ucraniano.
"Lamentavelmente, tanto as autoridades polonesas como a oposição, inclusive o antigo sindicato Solidariedade, preferem ignorar a ameaça proveniente do crescente nacionalismo ucraniano. Eles recusam entender o fato de os nacionalistas ucranianos serem parceiros absolutamente irrelevantes para uma cooperação política", sublinhou.
Mais cedo, a agência de imprensa polonesa comunicou que os representantes da Aliança de Esquerda Democrática polonesa consideram uma "bofetada na cara" à Polônia e ao seu presidente o fato do Parlamento ucraniano ter reconhecido o Exército Insurgente da Ucrânia (UPA) como lutadores pela independência.
O Exército Insurgente da Ucrânia está sendo glorificado, sendo que foi aprovada uma lei que reconhece "o papel especial desempenhado pelo UPA na história ucraniana". De acordo com a lei, "qualquer um que afirmar que o UPA é uma organização criminal envolvida no genocídio [de poloneses] pode ser castigado".
Os historiadores ucranianos acusam os soldados da UPA de terem matado entre 100 e 130 mil civis poloneses, bem como entre 5 e 10 mil civis ucranianos na Galícia do Leste e na Volínia, sendo que tais dados têm sido rejeitados ou subestimados pelos historiadores ucranianos.