De acordo com os anúncios de emprego, os falantes de russo receberão 88-120 euros (94-129 dólares) por dia por fingirem que são agricultores, proprietários de lojas e outros residentes improvisados em povoações fictícias construídas no polígono de Hohenfels, um local perto de Nuremberg, na véspera das manobras da OTAN que terão lugar entre 28 de abril e 15 de maio do ano corrente.
O representante do Exército dos EUA, Christian Marquardt, disse à Sputnik Internacional que estas manobras não são um ensaio para qualquer cenário específico de combate, mas se destinam a treinar as tropas para lidarem com os civis de outros países ao executarem suas diferentes tarefas.
Falando à Sputnik, Viktor Barenets sublinhou especificamente a postura hipócrita de Bradley em relação a estes exercícios.
"Tradicionalmente, a lógica dos americanos ou da OTAN está sempre cheia de muita hipocrisia e fraude. Quanto às palavras do capitão Bradley, não vemos nada senão a mesma hipocrisia", afirmou.
Ele adiantou que o Pentágono não é assim tão estúpido para "simplesmente divertir seus soldados com os jogos militares com os 'russos".
"Em vez disso, os jogos militares têm como objetivo ensaiar missões sérias em condições que sejam o máximo possível próximas do combate real, é por isso que são necessários tantos extras russófonos", afirmou Barenets.
O analista político russo Mikhail Sheinkman, por sua vez, disse à Sputnik que "o Pentágono parece ter decidido regressar à máxima de 'o único russo bom é um russo morto' durante os próximos exercícios na Alemanha que, segundo lembrou, decorrerão na região rural do país.
"Por que é que eles se interessam apenas pelo campo? Há, pelo menos, duas opções. Ou as cidades já foram destruídas por um 'ataque rápido e global' simultâneo com os exercícios, ou é apenas a força do hábito", afirmou Sheinkman.
O respectivo anúncio de emprego continua publicado no site oficial da Optronic HR, afirmando que os extras vão representar a população local de uma região afetada pela crise para que as tropas da OTAN possam se preparar para missões no estrangeiro.
Além do russo, os extras devem ter conhecimentos básicos do inglês, alemão, polonês e tcheco. Eles vão usar detectores infravermelhos para determinar se terão sido atacados por soldados no campo de batalha.