"Eles dizem: o ataque contra este objetivo pode custar um máximo de dez vidas de civis" e depois dão autorização para o bombardeio, disse o ex-encarregado de planejamento da guerra aérea da OTAN Ulrich Scholz à Sputnik Alemanha.
Segundo Scholz, esse é um esquema clássico de condução da guerra aérea dos EUA ou da OTAN. Mas um inimigo como o Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e muitos outros países) não tem chance de vencer a guerra se não se misturar com civis. Assim, esses "danos colaterais" – as vítimas inocentes – são levados em conta pelos alemães, segundo Ulrich Scholz.
Segundo o ex-encarregado do planejamento da guerra aérea da OTAN, o cinismo consiste no fato que a coalizão tem conselheiros especiais para questões jurídicas que dão autorização para tais ataques. O ex-militar reconheceu que também estão presentes conselheiros alemães na sede da coalizão na cidade de Doha.
Logo depois da autorização começam os bombardeios – "é permitido matar até 10 pessoas civis". A isto se chama "minimizar as vítimas civis". Mas para o ex-tentente-coronel Ulrich Scholz isto significa que Bundeswehr "dá licença para matar civis!".
"A guerra aérea é completamente amoral. […] Bundeswehr também é culpada de assassinato de civis", disse Ulrich Scholz.
"No final, tudo o que fazemos é matar civis e prolongar o sofrimento da população. Do ponto de vista político, apenas a guerra aérea não permite alcançar nada", disse, acrescentando que o assassinato de civis apenas aumenta o extremismo islâmico – é uma asneira política.
Scholz sublinhou que o exército russo age de forma diferente durante a guerra. As revelações que o Exército Sírio e o Exército da Rússia matavam intencionalmente civis "contradizem a razão", considera ele. O ex-militar chamou tais acusações de "propaganda militar".
"A única decisão justa é parar a guerra e iniciar as negociações", concluiu.